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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
É importante retomar que o tema da internacionaliza-
ção já estava presente nas concepções e diretrizes dos Ins-
titutos Federais (Brasil, 2010). Nesse documento é possível
encontrar sua vocação para dialogar com outras institucio-
nalidades do mundo,
“A era dos Institutos Federais exige que seus ato-
res, em seu caminhar, conheçam-se em sua hu-
manidade comum e, ao mesmo tempo, venham a
reconhecer-se em sua diversidade cultural. (...) Nes-
se sentido, é necessário que percebam não apenas
os dados e concebam as ideias na sua troca com o
mundo, mas os interpretem numa permanente tro-
ca com os demais membros da sociedade, o que
exige que estejam situados no universo e não deles
separados.” (BRASIL, 2010, p.25).
Percebemos aqui a intenção clara do intercâmbio de
ideias, de valores e de concepções com o mundo, tendo
como intuito primeiro a “troca” de saberes, cuja lógica é
humanizadora e tradutora das diferentes realidades. Santos
(2002) propõe essa forma de agir como a única que pode
evidenciar a razão cosmopolita, reconhecedora de novas
formas de pensar ou dar sentido a esse novo pensamento,
onde o exercício de interpretar duas ou mais culturas, a luz
de seus saberes hegemônicos ou não hegemônicos, permi-
tiria a construção de uma nova racionalidade e o surgimento
de uma gama variada de novas experiências sociais.
A Rede Federal de Educação Profissional, em seu for-
mato anterior à constituição dos Institutos Federais, já pos-
suía algumas experiências internacionais, mesmo que não
sistematizadas ou dependentes de acordos bilaterais entre
os CEFETs e outras instituições de ensino estrangeiras. Co-
nhecê-las pode dar a dimensão inicial de quais foram as ba-
ses originárias do processo de internacionalização.
2.1.1 O Programa Mulheres Mil
Uma das primeiras experiências internacionais de
maior abrangência e sucesso dentro dos Institutos Federais