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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

vão construindo sua trajetória

de “estar com o mundo”, ou seja,

vivenciando experiências transformadoras, emancipadoras e

criadoras de novas realidades.

2 OS INSTITUTOS FEDERAIS E A TRANSIÇÃO

PARADIGMÁTICA

Mais de cem anos se passaram desde a criação das

primeiras escolas de artes e ofícios pelo Presidente Nilo Pe-

çanha, em 1909. Essas escolas tinham como objetivo atender

os filhos dos desvalidos da fortuna com om o indispensavel

preparo technico e intelectual, como faze-los adquirir habitos

de trabalho proficuo, que os afastara da ociosidade ignoran-

te, escola do vicio e do crime

” (BRASIL, 1909). Desde então,

o desenvolvimento desse espaço educacional acompanhou

as mudanças econômicas, sociais e culturais produzidas no

Brasil, vindo então a se constituir na base da Lei 11.892/08,

que criou os IFs e reordenou a educação profissional, isto é,

há apenas 9 anos.

Avaliada como uma das políticas públicas de maior

sucesso e relevância do Governo Lula, provavelmente pela

proposta de inclusão e atendimento de áreas carentes de

oferta educacional, os Institutos Federais ainda são invisí-

veis pelas suas características historicamente vinculadas a

uma educação de segunda categoria, de caráter utilitário,

instrumental, dual e fundada na vocação e profissionali-

zação em detrimento da cultura humanística e social. Essa

dualidade não é exclusividade do Brasil, mas marcada em

diversas experiências internacionais (COWEN, 2013; SAN-

TOS, 2013)

Com características peculiares, os IFs foram concebi-

dos para atender a demanda de uma nova institucionalida-

de educacional no processo de transição do século XX para

o XXI, onde o contexto de diversificação, necessidade de

inovação, interiorização e constituição de espaços de educa-

ção que pudessem garantir a resistência à crise e as políticas

neoliberais, bem como romper com espaços educacionais

criados para a elite econômica (PACHECO, 2011).