XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
povos. Desta forma, este movimento irá fomentar a discus-
são e a disseminação do desenvolvimento da internacionali-
zação da cultura, ou a
interculturalidade
, na América Latina,
como menciona Walsh (2012).
O termo “interculturalidade” ganhou destaque na
América Latina a partir dos anos de 1990, passando a ser
difundido e relacionado à educação e às políticas educativas
(WALSH, 2012). Walsh (2012) anuncia que
“[...] formar ciudadanos conscientes de las dife-
rencias y capaces de trabajar conjuntamente en el
desarrollo del país y en la construcción de una so-
ciedad justa, equitativa, igualitaria y plural”. (p. 63).
Desta forma, acredita-se que a educação e a literatura
podem ser vistas como possibilidades de (des)colonialidade
de poder, saber e ser de referências do norte. Elas podem
ser identificadas como propulsoras e incentivadoras críticas
para pensar na construção de uma sociedade justa, igualitá-
ria e plural desde a América Latina. As possibilidades podem
ser identificadas a partir de:
•
Experiências de intelectuais latino america-
nos, como Salomé Ureña (República Domi-
nicana, 1850-1897) na luta pela criação de
um instituto de educação para ensino supe-
rior para mulheres; María Luiza Dolz (Cuba,
1854-1928) pela educação mista de meninas
e meninos em Cuba; e Domingo Faustino
Sarmiento (Argentina, 1811-1888) pensador
e escritor que lutou pela educação para as
massas, mostrando-se contrário à meritocra-
cia do saber (STRECK, 2010);
•
Reivindicações através de movimentos sociais,
como Marcha Mundial das Mulheres, movi-
mento LGBTTQ, Movimento Negro, Movimen-
to Zapatista, Movimento Indígena e etc.
Através destas possibilidades de (des)construção de
poder, saber e ser, podemos pensar a literatura e a edu-