XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
87
EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
não foram e não são poucos, entre eles, a implantação de
uma concepção pedagógica emancipadora, a formação e
constituição de quadro docentes e de servidores técnicos
administrativos, a organização institucional e o reconheci-
mento da indissiociabilidade entre ensino, pesquisa e exten-
são. Ademais, somente três anos depois da criação dos IFs, o
governo federal lançou o programa Ciências sem Fronteiras
(CsF), que além do desafio de disponibilizar bolsas de estu-
do no exterior, acelerou a discussão sobre o tema da inter-
nacionalização que já perpassava as discussões em nossas
instituições, ainda que compassada e incipientemente.
As reflexões desse trabalho fazem parte do escopo de
pesquisa de doutoramento em Educação pela Unisinos, que
me possibilitaram aprofundar os estudos na área da interna-
cionalização da educação profissional. Uma série de ques-
tionamentos são fios condutores das mesmas, os quais tal-
vez não apresentem respostas concretas, mas persistem na
minha práxis diária: como os IFs, com sua verticalidade edu-
cacional e sua invisibilidade nas políticas de ensino superior,
conseguirão se inserir e se manter nas várias “internacionali-
zações” do mundo globalizado? Como manter as caracterís-
ticas primeiras dos IFs e, ao mesmo tempo, ampliar nossas
possibilidades de conhecer e integrar o mundo? Quais as
experiências e vivências internacionais dos IFs e como elas
dialogam com a sua institucionalidade?
Para Freire (1981), a concepção do ser humano é a
de um individuo que estabelece relações e que modifica o
mundo a partir da sua compreensão crítica e criadora, di-
ferente dos animais que existem apenas numa dimensão
temporal e, portanto, sem potencialidade criativa. Sendo as-
sim, o objetivo desse breve estudo é o de apresentar duas
dessas experiências internacionais dos Institutos Federais,
o Programa Mulheres Mil e o Fórum Mundial de Educação
Profissional e Tecnológica, como sendo os primeiros passos
e os antecedentes internacionais dessas instituições e que
vem fundando um possível modelo de internacionalização
nas mesmas. Propomos observar como através delas os IFs