XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS
foi o projeto “Mulheres Mil”, despertando os profissionais
da rede para as possibilidades de cooperação interinstitu-
cionais com outros países, principalmente pelos resultados
sociais obtidos. O projeto foi implantado pela Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Edu-
cação (SETEC/MEC) a partir de 2005 e contou com a partici-
pação de vários órgãos governamentais. Os Institutos Fede-
rais de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceara, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondô-
nia, Sergipe e Tocantins trabalharam com os projetos que
potencializaram a inserção de mulheres excluídas do pro-
cesso de educação formal e em situação de vulnerabilida-
de social, qualificando-as para o mundo de trabalho (BRA-
SIL, 2011). Através de uma metodologia conhecida como
Reconhecimento de Aprendizagem Prévia, os professores,
tutores e servidores federais foram capacitados para incor-
porar os conhecimentos dessas mulheres e, a partir deles,
restabelecer a autoestima, os valores culturais das mesmas,
bem como propiciou a elas um novo sentido para o proces-
so educacional. Vários foram os projetos desenvolvidos, tais
como: Alimento da Inclusão Social, Casa da Tilápia, Cida-
dania pela Arte, Desenvolvimento Comunitário, Vestindo a
cidadania, entre outros (BRASIL, 2017).
O sucesso e o impacto social relevante do projeto
acabou por ampliar a base de atendimento do projeto para
todo o Brasil em 2014, bem como influenciou outras propos-
tas educacionais nos Institutos Federais, tais como a Rede
Certific – que também trouxe o tema do Reconhecimento
de Saberes e Certificação Profissional para dentro dos IFs
(BRASIL, 2010). É importante ressaltar que esse movimen-
to de internacionalização através da parceria com o Canadá
acaba por validar a ideia dos Institutos Federais como um
local onde outros conhecimentos possam ser reconhecidos
e prestigiados (ecologia de saberes), transformando inclusi-
ve a práxis educadora num processo de tradução necessá-
rio para darmos conta da validação desses conhecimentos,
conforme aponta Santos (2002).