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EIXO 6 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ALFABETIZAÇÃO

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

FUNÇÃO EQUALIZADORA

Além da função reparadora, em que o processo de es-

colarização quer proporcionar mais igualdades de oportuni-

dades, a EJA também assume a

função equalizadora

:

A função equalizadora da EJA vai dar cobertura a

trabalhadores e a tantos outros segmentos sociais

como donas de casa, migrantes, aposentados e en-

carcerados. A reentrada no sistema educacional dos

que tiveram uma interrupção forçada seja pela repe-

tência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportuni-

dades de permanência ou outras condições adver-

sas, deve ser saudada como uma reparação correti-

va, ainda que tardia, de estruturas arcaicas, possibili-

tando aos indivíduos novas inserções no mundo do

trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na

abertura dos canais de participação. Para tanto, são

necessárias mais vagas para estes “novos” alunos e

“novas” alunas, demandantes de uma nova oportu-

nidade de equalização (Brasil, 2000, p. 9).

Para compreender o texto do relator, no que diz res-

peito ao termo “donas de casa”, precisamos considerar

os motivos pelos quais as mulheres estiveram afastadas

da escola no decorrer da nossa história. Nos diz Ferreira

(2007, p. 15):

[...] por tradição histórica, a mulher teve sua existên-

cia atrelada à família, o que lhe dava a obrigação de

submeter-se ao domínio masculino, seja pai, espo-

so ou mesmo o irmão. Sua identidade, segundo es-

ses estudos, foi sendo construída em torno do casa-

mento, da maternidade, da vida privada-doméstica,

fora dos muros dos espaços públicos. E por essa

tradição, construída historicamente, a mulher se viu

destituída de seus direitos civis. Não podia partici-

par de uma educação que fosse capaz de prepa-

rá-la para poder administrar sua própria vida e de

ter acesso às profissões de maior prestígio. Assim,

por um longo período histórico, a família, a igreja e

a escola, elementos inerentes a esse processo, en-

quanto instituições, vão sustentar esse projeto mo-

ralizador, tutelando a mulher ao poder econômico

e político do homem brasileiro.