Table of Contents Table of Contents
Previous Page  764 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 764 / 2428 Next Page
Page Background

764

EIXO 6 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ALFABETIZAÇÃO

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

res, pois a democratização do acesso ao ensino fundamental

proporcionou que 97% das crianças com idade entre 7 e 14

anos estivessem na escola, de acordo com o Ministério da

Educação.

Acessar, porém, nem de longe pode-se considerar

“permanecer”. Uma educação permanente, realmente diri-

gida às necessidades das sociedades modernas, não pode

continuar a definir-se em relação a um período particular da

vida – educação de adultos, por oposição à dos jovens, por

exemplo – ou a uma finalidade demasiado circunscrita – a

formação profissional, distinta da formação geral. Na ver-

dade, Soares nos sugere que precisamos aprender durante

toda a vida, de um modo complementar, ou, por suas pala-

vras “uns saberes penetram e enriquecem os outros” (SOA-

RES, 2002, p.41).

Para piorar este quadro, o processo de escolarização

da população para aqueles que permanecem na escola, não

faz uma correspondência entre tempo e aproveitamento:

continua baixa a média da escolaridade. Percebemos isto

pelo número restrito e insuficiente de acesso ao Ensino Mé-

dio, com desigualdade de desempenho no que se refere à

conclusão. Dados do Censo de 2010 indicam que esta etapa

da Educação Básica não foi concluída por 83,4% da popula-

ção com idade igual ou superior a 18 anos.

Ao analisarmos o desempenho da educação rural em

comparação à urbana, conforme o Censo de 2000, perce-

bemos que a diferença triplica do número de pessoas sem

escolaridade: na cidade é de 7%, e no campo é de 22%.

Se considerarmos a educação superior, enquanto 10% da

população urbana consegue acessá-la, apenas 1% da popu-

lação rural alcança esta escolaridade. Esses dados refletem

claramente a difícil tarefa da permanência que, se na cidade

já é um desafio, no campo se torna um quadro realmente

preocupante.

A proposição da função qualificadora, ao propor a

constante e permanente atualização do conhecimento, nos

remete às reflexões de Freire que delineia o homem como