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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 6 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ALFABETIZAÇÃO

Os dias atuais e as várias mudanças contextuais que

ocorreram no mundo proporcionaram às mulheres maior

independência, ainda que, muitas vezes, com tripla carga

de trabalho (filhos, casa e trabalho). A nova geração femi-

nina está modificando este cenário e não mais representa

os índices mais altos de analfabetismo. Pelo contrário: já

são maior número também no ensino superior. De acordo

com o Censo de 2000, 10% dos homens entre 15 e 64 anos

eram sem escolaridade, em comparação a 9% das mulhe-

res. Esta mesma diferença de 1% se apresenta nos dados do

ensino superior da mesma pesquisa: 8% de homens e 9%

de mulheres. Em 2009, de acordo com o PNAD (2010), os

números referentes aos homens sem escolarização se man-

tiveram, enquanto as mulheres diminuíram seu percentual

em menos 1%. Já no que diz respeito ao ensino superior os

índices melhoraram, passando para 13% de homens e 16%

de mulheres. Os dados que se destacam neste intervalo de

tempo de ambas as fontes (Censo e PNAD) é o crescimento

de mulheres no ensino médio que em 2000 era de 26% e em

2009 passou para 36%, um crescimento de 10% em menos

de dez anos.

Apesar das novas gerações estarem compensando

todo o atraso histórico, as mulheres que viveram (e muitas

que ainda vivem) todo este enclausuramento social, acabam

buscando na EJA a quebra desta tradição patriarcal e ma-

chista, prova disto é que dos alunos da EJA, 53% são mulhe-

res, de acordo com o Censo de 2000.

Essa mudança na educação das mulheres sinaliza o pro-

cesso de transformação e de libertação descritos por Freire:

A pedagogia do oprimido, como pedagogia huma-

nista e libertadora, terá dois momentos distintos. O

primeiro, em que os oprimidos vão desvelando o

mundo da opressão e vão comprometendo-se, na

práxis, com a sua transformação; o segundo, em

que, transformada a realidade opressora, esta pe-

dagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser a

pedagogia dos homens [

e mulheres

] (sic) em proces-

so de permanente libertação (FREIRE, 2014, p. 57).