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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 6 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ALFABETIZAÇÃO

FUNÇÃO REPARADORA

A função reparadora da EJA, no limite, significa não

só a entrada no circuito dos direitos civis pela res-

tauração de um direito negado: o direito a uma es-

cola de qualidade ontológica de todo e qualquer

ser humano. Desta negação, evidente na história

brasileira, resulta uma perda: o acesso a um bem

real, social e simbolicamente importante. Logo, não

se deve confundir a noção de reparação com a de

suprimento (BRASIL, 2000, p. 7).

Os dados do Censo do IBGE e do PNAD também nos

apresentam “Dois Brasis”. No ano de 2000, de acordo com

o Censo, 40% da população possuía nenhuma escolaridade

ou fundamental incompleto. Em 2010 este mesmo percen-

tual, ainda de acordo com o Censo, caiu para 27%. A me-

lhora, porém, fica bem representada apenas em percentuais

comparativos, pois se considerarmos “de quem” estamos fa-

lando, são mais de 35 milhões de pessoas sem alfabetização

ou alfabetizadas funcionalmente.

Fiori (Freire, 2014), prefaciando a Pedagogia do Opri-

mido, descreve este contexto como a “trama da dominação”

que encerra as possibilidades educacionais por não permitir

que o oprimido desenvolva condições de reflexão e cons-

tituição como sujeito de sua própria destinação histórica.

Freire (2014) evidencia ainda que, enquanto os oprimidos

não alcançam a consciência de seus estados de opressão,

acabam por aceitar sua exploração, assumindo posições

passivas e estabelecendo a “convivência” com o regime

opressor.

Entenda-se também por esta informação que, no con-

junto de pessoas cuja escolarização é a de ensino funda-

mental I, concentram-se o grande contingente de analfabe-

tos funcionais. Este termo, que foi difundido pela UNESCO a

partir da década de 60, refere-se à impossibilidade de par-

ticipar eficazmente de uma sociedade centrada na escrita.

O alfabetismo funcional nos remete à questões cujas

raízes são reflexo do ponto de vista social, como bem coloca

o relator. O Parecer 11/2000 apresenta elementos históricos