XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
759
EIXO 6 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ALFABETIZAÇÃO
Os dados estatísticos, porém, ainda estão muito longe
de refletirem esta igualdade. O Censo de 2000 comprova
extremos no que se refere à escolaridade segundo etnia: en-
quanto 16% dos negros e 6% dos brancos permanecia sem
escolaridade; 12% dos brancos chegavam ao ensino supe-
rior e apenas 3% dos negros. Nove anos depois, de acor-
do com o PNAD, estes dados, embora um pouco melhores,
não representam mudança significativa na escolaridade se
consideradas as etnias: 12% dos negros e 5% de brancos
sem escolaridade; 21% dos brancos e apenas 8% dos negros
chegavam ao ensino superior.
A realidade social, de acordo com Freire (2014), não é
fruto do acaso nem pelo acaso se transforma, pois é uma
ação dos homens e é tarefa destes transformá-la. Deste
modo,
o que nos parece indiscutível é que, se pretende-
mos a libertação dos homens, não podemos come-
çar por aliená-los ou mantê-los alienados. A liber-
tação autêntica, que é humanização em processo,
não é uma coisa que se deposita nos homens. Não
é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que
implica a ação e a reflexão dos homens sobre o
mundo para transformá-lo (idem, p.93).
Neste raciocínio e, de acordo com o relator, a Educa-
ção de Jovens e Adultos passa a ter um papel fundamental
nesta dívida social com aqueles cujo acesso e domínio da
escrita e leitura não os tiveram como bens sociais. Segun-
do o Censo de 2000, das 141,5 milhões de pessoas do país
acima de 15 anos, aproximadamente 10,9 milhões frequen-
taram ou estavam frequentando algum curso de EJA, o que
representa 7,7% da população na faixa etária estabelecida.
De acordo com os dados fornecidos pelo MEC
2
, só em
2010 a Educação de Jovens e Adultos registrou 2,5 milhões
de matrículas no ensino fundamental e mais de 1 milhão de
matrículas no ensino médio segundo o Censo Escolar (pelo
sistema Educacenso).
2
MEC / AGÊNCIA BRASIL, 2010