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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
estabelecem ou reproduzem relações de forma ingênua e
não reflexiva, mas sim, a (re)criação de possibilidades que
atendem ao que Freire chama de “ad-mirar” a realidade, o
fenômeno, ou seja, “objetivá-la, apreendê-la como campo
de sua ação e reflexão. Significa penetrá-la, cada vez mais
lucidamente, para descobrir as inter-relações verdadeiras
dos fatos percebidos” (FREIRE, 1982, p. 31) e, a partir disso,
agir novamente, numa nova ação transformadora fruto de
contínuos processos reflexivos.
A relação mulheres e a agroecologia pode ser percebi-
da na história da própria agricultura na qual, há mais de dez
mil anos atrás, é a mulher que através da observação da na-
tureza para o cultivo de plantas e de sementes, imbuída da
responsabilidade do cuidado dos filhos e das filhas e das de-
mais pessoas (homens ou mulheres) que não apresentavam
condições de caçar ou pescar, começou pequenos proces-
sos de domesticação de plantas. A divisão sexual do traba-
lho está presente na história da humanidade, mesmo antes
do advento do capitalismo, entretanto mesmo que jurídica,
social e politicamente a mulher, nas sociedades pré-capita-
listas, seja inferior ao homem, ela apresenta papel relevante
na economia pois participa do sistema produtivo, em razão
das famílias serem a unidade econômica (SAFFIOTI, 2013).
São as mulheres que historicamente exercem o tra-
balho do cuidado e da mantença da vida das pessoas ao
seu redor. Trabalham pensando no sustento da família, pro-
vendo e processando alimentos e também a água para o
cotidiano. Portanto são elas que, em muitos casos, são as
primeiras a reagir contra a falta, contaminação ou precariza-
ção dos direitos básicos. Um exemplo são os movimentos:
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC, Movimento
dos Atingidos por Barragens – MAB, Movimento dos Peque-
nos Agricultores – MPA, Movimento dos Trabalhadores De-
sempregados – MTD e Movimento Popular Urbano – MPU
que liderados por mulheres lutam pela vida contra o agro-
negócio, hidronegócio, uso de agrotóxicos, violência contra
as mulheres, superexploração do trabalho e o desemprego,