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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
do do seu jeito, conhecendo a propriedade7. (Srº.
Sérgio, agricultor familiar, 2015).
A partir da fala desse agricultor é possível, novamen-
te, resgatar que há uma pedagogia do campesinato, que se
refere à experiência como processo educativo. No reconhe-
cimento e legitimação dos saberes populares como passí-
veis de visibilidade, um dos pontos de partida e chegada é a
experiência, no sentido de um mundo vivido e refletido, que
os povos do campo trazem e neste mesmo processo produ-
zem e reproduzem histórias. E desse modo,
(...) a sessão familiar é, também, uma sessão de es-
tudos que deve expressar um compromisso social
com a educação. Para que a EFA possa existir, legal-
mente, está registrado que em casa os filhos e filhas
estão tendo aula com seus pais e mães. Quando o
aluno (sic) vai para casa, a pesquisa deve ser feita
com a família. E não existe certo nem errado
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. (Cris-
tina, educadora e coordenadora pedagógica, 2015).
Se a pesquisa deve ser feita em casa é porque o sa-
ber da família está sendo reconhecido, bem como respei-
tado e valorizado. Pois todo mundo sabe alguma coisa ou
ignora alguma coisa, entretanto não há um saber absoluto e
nem uma ignorância absoluta. E, a pedagogia da alternância
toma esse pressuposto em seu processo educativo, sendo a
referência epistemológica que a trama.
Neste mesmo sentido, no que se refere ao monopólio
da palavra ou do saber, Santos (2007) reflete que a segre-
gação histórica mais radical e opressora para com os povos
oprimidos é o fato de terem sido declarados como incapa-
zes de produzir conhecimento reconhecível. Seus conheci-
mentos não são reconhecidos como conhecimentos porque
são “produzidos por coletivos segregados como incultos e
primitivos, como irracionais atolados no misticismo. Desse
lado do “falso pensar”, não há conhecimento aceitável, real,
apenas existem crenças, opiniões, magia, idolatria, entendi-
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Anotações do Diário de Campo, Santa Cruz do Sul, 27/04/2015.
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Anotações do Diário de Campo, Santa Cruz do Sul, 02/10/2015.