XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:
RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
a agricultura familiar autônoma, a valorização do território
camponês e do campesinato. E, esses processos, entre outros,
são entendidos como sinais de emancipação humana, produ-
zidos na educação do campo a partir de resistências e estra-
tégias encharcadas por práxis que deem conta de retirar os
sujeitos deste território da condição de coisas e dignificá-los.
Ao problematizar a pedagogia da alternância e pensar
as possibilidades emancipatórias que podem ser fortalecidas
no cotidiano das práxis do-discentes, a partir das reflexões
de Morigi (2003), compreende-se que a participação ativa
das famílias no processo educativo da EFASC é necessária e
fortalece o protagonismo, bem como o reconhecimento dos
saberes populares e experiencias dos povos do campo, pois:
Os trabalhadores e as trabalhadoras, através dos
movimentos sociais populares, podem vir a torna-
rem-se sujeitos na construção de novas formas de
produção de vida, de educação e de conhecimento,
que venham ultrapassar os limites causadores da
exclusão social […] (MORIGI, 2003, p. 28).
Dessa forma, a participação dos sujeitos como centro
do processo educativo, reivindicado pelas suas realidades
é a possibilidade dos novos modos de produção de vida e
de história, passando de uma posição de subordinação à
autenticidade de serem mais.
Os povos do campo no contato com a terra, com as
culturas que produzem, com as lutas cotidianas por educa-
ção, saúde e territórios produzem conhecimentos e expe-
riências próprias. E, nos seus movimentos e em diálogo com
as visões sociais de mundo, pelas quais lutam, se propõe ao
desafio de transformar a realidade opressora. Assim, na luta
pela terra e por um campo mais igualitário e justo, incorpora
também a luta pela educação própria e que dialogue com as
utopias e ações em favor da continuidade histórica do pró-
prio movimento. A necessidade de lutar pela continuidade
histórica é necessária pela tentativa dominante de apagar as
memórias militantes dos povos que lutam, submetendo-os
a interiorizar as memórias e práticas do opressor.