356
EIXO 3 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, TÉCNICA, TECNOLÓGICA E SUPERIOR
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
para o fato de que estive afastada em função da materni-
dade e, por isso, minha colega Débora Taís Batista de Abreu
realizou as edições de 2017). Como trata-se de um projeto
realizado continuamente nas turmas de quarto semestre e
bastante valorizado pela comunidade escolar, quando ini-
ciaram as aulas, os/as alunos/as estavam curiosos e moti-
vados: já haviam ganhado e lido os exemplares das edições
anteriores. E é no primeiro dia de aula que a sensibilização
em relação à participação do projeto se dá de maneira mais
intensa.
Fomos até uma sala ampla e nos sentamos em círculo.
Nesse espaço, antes mesmo de apresentar qualquer infor-
mação sobre o projeto, coloquei-me no papel de narradora
e contei uma história muito especial da minha vida. Com
lágrimas nos meus olhos e nos de muitos ouvintes, deba-
temos, em seguida, sobre a experiência de falar sobre si, de
dividir com os outros momentos especiais de nossas vidas.
Também conversamos sobre o que sabiam sobre o projeto,
quais eram as suas expectativas e receios.
Em seguida, em duplas ou em trios, formados por eles
próprios (para que pudessem se sentir à vontade de con-
tar coisas tão pessoais), narraram oralmente duas ou três
histórias de sua trajetória. Nesse mesmo dia, com o auxílio
dos colegas, elegeram uma e iniciaram a escrita da primeira
versão do texto. Alguns deles não conseguiram finalizar em
aula e levaram a tarefa para a casa, com o compromisso de
trazê-la até dois dias antes da próxima aula, já que meu ob-
jetivo era realizar a leitura de todos os textos até o segundo
encontro.
Com as histórias em mãos, realizei a leitura e apontei
sugestões e comentários em relação a: escolha da história;
a maneira com que ela foi apresentada; a riqueza (ou o ex-
cesso) de detalhes; a organização do texto; e uso da varieda-
de urbana de prestígio. Além disso, escrevi um recado bem
pessoal, como forma de incentivo, escrevendo o que eu ha-
via sentido durante a leitura (ou seja, sobre a experiência
estética provocada pelo texto).