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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 3 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, TÉCNICA, TECNOLÓGICA E SUPERIOR

Mesmo que as orientações de nosso mestre Freire te-

nham, pelo menos, 20 anos, ainda perpetuam-se práticas de

muita resistência na valorização dos saberes dos educandos

da EJA. Por isso, o projeto Histórias que Merecem ser Con-

tadas busca valorizar e resgatar episódios significativos da

vida dos/das estudantes. No exercício de resgate, narram e

valorizam um episódio de sua história e aprendem ou apri-

moram estratégias narrativas, bem como aspectos linguísti-

cos contextualizados.

E, em relação ao aprendizado da língua, “a escrita, na

diversidade de usos, cumpre funções comunicativas social-

mente específicas e relevantes” (ANTUNES, 2003, p.47). Daí

a iniciativa de construir textos que sejam não só escritos (o

que parece bobo afirmar), mas que sejam efetivamente lidos

e que possam ratificar a natureza interacionista da língua

(tomando a escrita não apenas como um exercício peda-

gógico vazio de sentido, mas como uma possibilidade real

de interação). Nas palavras de Antunes (2003), um trabalho

pedagógico mais produtivo e relevante só é possível se con-

siderarmos que “(...) as línguas só existem para promover a

interação entre as pessoas” (p. 41). Além disso, tomo em

consideração o fato de que “(...) a língua só se atualiza a ser-

viço da comunicação intersubjetiva, em situações de atua-

ção social e através de práticas discursivas, materializadas

em textos orais e escritos” (p. 42).

Acredito que o ato de delimitar o conceito de língua

adotado na construção do projeto em foco fala muito so-

bre as implicações pedagógicas, assim como a delimitação

do que pretendemos alcançar com as aulas de língua por-

tuguesa. Assim, dialogo com as palavras de Bagno (2015),

porque acredito que “(...) ensinar português tem que ser,

antes de mais nada, ensinar a ler e a escrever. A educação

linguística é a tarefa do letramento constante e ininterrupto

dos alunos” (p. 170).

Delimitados alguns conceitos-chave que norteiam esta

prática, detenho-me detenho-me a descrever a experiência

ocorrida no segundo semestre de 2016 (chamo a atenção