XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
2043
EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO
unidos apenas pela infinita possibilidade de comunicação
ubíqua
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representada pela tecnologia.
Nesse sentido, o próprio conceito de autoria se torna
menos linear e nos faz pensar que um autor se constrói à
medida que se constrói o que ele faz, por sua interação com
o meio, o produto de sua capacidade criativa, que também
se movimenta nos espaços de individualidade e coletividade
de maneira quase constante.
Barthes (2004) afirma que há a morte do autor, quan-
do nasce a obra. Contudo, em ambiente escolar, é necessá-
rio refletir sobre a possibilidade de nascer um autor, à me-
dida que obra ganha vida, seja nos espaços de uma escrita
individual, seja por meio de uma produção coletiva.
Destaca-se, assim, que o sujeito se torna autor e vai se
reconhecendo como tal, em circunstâncias tais que possibi-
litem também reconhecer o potencial criador no outro. Su-
gere-se, com esse raciocínio, que esse processo de transfor-
mação do sujeito em sujeito-autor perpassa por questão tais
como reconhecimento e respeito à criação do outro e, aliada a
isso, a singular possibilidade de criar coletivamente, algo que
seria diferente, se tivesse sido produzido de maneira solitária.
Ser autor, nessas circunstâncias, não significa apenas deter os
legalmente debatidos direitos autorais. O que se quer dizer é
que o conceito de autoria trazido para essa conversa não está
centrado nos princípios da legalidade, mas nas questões sub-
jetivas que implicam no reconhecimento de si como ser capaz
de criar, produzir algo. Ser autor significa reconhecer-se autor
e, a partir daí, aperceber-se do imenso potencial de criação e
transformação inerente à sua capacidade cognitiva.
Pischetola (2016, p. 61) define o viés educativo do que
vem a ser a autoria:
Em suma, autoria em educação significa disponibi-
lidade para produzir, criar, questionar, e expressar-
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Segundo Santaella (2010), a ubiquidade [...] designa a possibilidade de
compartilhamento de diversos espaços-tempos simultaneamente. [...] co-
municação móvel “quando a continuidade temporal do vínculo comunica-
cional é assimilada a uma plurilocalização instantânea” (SANTAELLA, 2010,
apud SANTOS; WEBER, 2013, p.288)