XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
2045
EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO
produção do conhecimento. De fato, há mais reprodução do
que produção. Há mais transmissão que construção de co-
nhecimento. Faltam ecossistemas comunicativos que possi-
bilitem a interação entre todos os sujeitos e a aprendizagem
seja compartilhada.
De acordo com Pischetola (2016, p. 60),
[...] não existe autor que crie sozinho. A sala de aula
ainda tende a reproduzir um modelo de comuni-
cação típico da mídia massiva, em que emissor e
receptor estão separados e têm papéis opostos que
dificilmente se invertem, em recombinações de au-
toria coletiva. Dadas as infinitas possibilidades que
as novas tecnologias nos oferecem, não é incom-
preensível a crescente intolerância que sentem os
jovens diante de um modelo educativo unilateral,
em que a autoria - quando existe - se expressa so-
mente no professor.
Por um tempo substancial, aprender esteve, até certo
ponto, atrelado ao conceito de reproduzir as palavras de ou-
tros, memorizar discursos e frases que não foram pensadas
por si, mas sim, de autoria de outras pessoas. Essa repro-
dução tanto serve em um nível concreto, no que se refere
às convenções sociais, ações e comportamentos, nos pro-
cessos de repetições de moldes atitudinais como também
serve, de maneira abstrata, para a reprodução de ideias.
Porém, já é possível perceber rumores de mudanças
nos espaços escolares:
Os pedagogos começam a compreender que a ta-
refa da escola contemporânea não consiste em dar
às crianças uma soma de fatos conhecidos, mas em
ensiná-las a orientar-se
independentemente
na in-
formação científica e em qualquer outra. Isto sig-
nifica que a escola deve ensinar os alunos a
pensar,
quer dizer, desenvolver ativamente neles os fun-
damentos do pensamento contemporâneo para o
qual é necessário organizar um ensino que impul-
sione o desenvolvimento. Chamemos esse ensino
de “desenvolvimental
”.
(DAVYDOV apud LIBÂNEO,
2003, p. 203)