XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
2041
EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO
pre autoritário. Este não pode ser o modo de atuar
de uma educadora ou de um educador cuja opção
é libertadora. (FREIRE, 1988, p. 26)
Ainda para elucidar a valorosa contribuição do pensa-
dor para o campo educomunicativo, destacamos seu pensa-
mento acerca da construção de sentidos, em que educação
e comunicação dependem uma da outra a fim de educar
para comunicar e comunicar para educar, num movimento
interlocutivo dialógico que dá sentido e significado aos ob-
jetos de estudo: “A educação é comunicação, é diálogo, na
medida em que não é a transferência de saber, mas um en-
contro de sujeitos interlocutores que buscam a significação
dos significados. (FREIRE, 1983, p.46)
Nesse contexto dialógico educomunicativo, podemos
considerar que juventude, educação, comunicação e tecno-
logias digitais são temas convergentes no contexto contem-
porâneo. Ousamos, inclusive, dizer que estão imbricados
dentro da perspectiva Educomunicativa, culminando em
propostas de protagonismo que implicam em desenvolvi-
mento da autonomia, da autoria, do senso crítico e da par-
ticipação social democrática e cidadã, com vistas à inclusão
de todos, qualquer e cada um dos sujeitos envolvidos no
contexto de aprendizagem escolar. Nesta perspectiva, Soa-
res, (2011) destaca características que apontam para o am-
biente escolar pautado na educomunicação:
Um ambiente escolar educomunicativo caracteri-
za-se, justamente, pela opção de seus construtores
pela abertura à participação, garantindo não ape-
nas a boa convivência entre as pessoas (direção-
-docentes-estudantes), mas, simultaneamente, um
efetivo diálogo sobre as práticas educativas (inter-
disciplinaridade, multidisciplinaridade, pedagogia
de projetos), elementos que conformam a “peda-
gogia da comunicação”. (SOARES, 2011, p. 45)
Isto porque, temos como conceito de Educomunica-
ção ambientes pautados em ecossistemas comunicativos
que privilegiam a dialogicidade para a compreensão cole-
tiva dos signos, cuja aprendizagem acontece na interação