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EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
aprendizagem dos sujeitos envolvidos e não passe apenas
de mais um modismo sem fundamento. “É o sentido que
provoca a aprendizagem, não a tecnologia, e é por isso que
o campo compete a comunicação ou à educomunicação.”
(SOARES, 2002, p. 20). Reiteramos, assim, a importância de
refletirmos, enquanto educadores, sobre quais práticas pe-
dagógicas podem valer-se positivamente das tecnologias
digitais e de que maneira elas podem contribuir para o pro-
cesso de formação e desenvolvimento da juventude, orien-
tando-os para o uso reflexivo de quaisquer tecnologias e
mídias, para reconhecerem de forma crítica as influências
que elas podem determinar.
Por considerar a comunicação como um elemento ca-
paz de transformar os seres humanos em sujeitos, defen-
dendo a importância das relações dialógicas, Paulo Freire,
referência na história da Educação principalmente por sua
concepção de dialogicidade para uma educação libertado-
ra e de educação popular, juntamente com Mário Kaplún
e Jesús Martín-Barbero, além de outros estudiosos, alicer-
çaram o pensamento latino-americano acerca de educação,
comunicação e cultura midiática, oferecendo grandes con-
tribuições para o recente reconhecimento da Educomunica-
ção (aproximadamente 20 anos) como uma área de conhe-
cimento, um paradigma proveniente da interface educação
e comunicação.
Muito antes do surgimento da Educomunicação, Freire
já arguia a respeito da interação com o outro, do direito e
necessidade de todos os sujeitos de uma relação horizontal,
pautada no respeito e no diálogo. Destarte, ele enfatizava que
Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo
e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação
evidente, enquanto educador, ou educadora, signi-
fica reconhecer nos outros [...] o direito de dizer a
sua palavra. Direito deles de falar a que correspon-
de o nosso dever de escutá-los. [...] Dizer-lhes sem-
pre a nossa palavra, sem jamais nos expormos e nos
oferecermos à deles, arrogantemente convencidos
de que estamos aqui para salvá-los, é uma boa ma-
neira que temos de afirmar o nosso elitismo, sem-