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1918

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Em suas palavras:

Pensar certo [...] é um ato comunicante. Não há por

isso mesmo pensar sem entendimento e o enten-

dimento, do ponto de vista do pensar certo, não

é transferido, mas coparticipado. [...] Não há inte-

ligência – a não ser quando o próprio processo de

inteligir é distorcido – que não seja também

comu-

nicação

do inteligido (

Ibidem

, 1996, p. 37-38).

Por isso, inteligir envolve comunicação e intercomuni-

cação e se funde na dialogicidade. A intersubjetividade ou

a intercomunicação é a característica primordial do mundo

cultural e histórico, contexto em que os indivíduos pensam

e se comunicam. Para o autor, a atividade do pensamento é

coletiva: “O sujeito pensante não pode pensar sozinho; não

pode pensar sem a coparticipação de outros sujeitos o ato

de pensar sobre o objeto. Não há um ‘penso’, mas um ‘pen-

samos’. É o ‘pensamos’ que estabelece o ‘penso’ e não o

contrário” (FREIRE, 1977, p. 65-67).

Não obstante, a comunicação implica reciprocidade,

sendo que comunicar é comunicar-se em torno do signifi-

cado significante (

Ibidem

, 1977, p. 67), que se relaciona com

o mundo, com as experiências vivenciadas pelos indivíduos

neste espaço-tempo. Pensar certo vincula-se, portanto, com

a possibilidade de atribuir sentido à presença humana no

mundo, com o mundo e com os outros, como o próprio Frei-

re afirma. Os indivíduos, ao interagirem e se comunicarem,

partilham experiências e sentidos comuns, indispensáveis

ao estabelecimento de sua presença no mundo, não apenas

para continuá-lo, mas, sobretudo, para transformá-lo. Para

tanto, é necessário que os homens façam desse mundo a

sua casa

, superando a condição de forasteiros, como salien-

ta Arendt (1972).

Dentre as convergências entre Arendt e Freire, pode

ser enfatizada, ainda, a compreensão de ambos acerca da

profundidade do pensamento, que excede o conhecer. Se,

para Arendt (1991a, p. 21), pensar não é mero instrumento,

para Freire (2000, p. 94-95), é preciso superar a visão prag-