Table of Contents Table of Contents
Previous Page  1921 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 1921 / 2428 Next Page
Page Background

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1921

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

Para Freire (1977, p. 27), conhecer, na dimensão hu-

mana, qualquer que seja o nível em que se dê, não é o ato

através do qual um sujeito, transformado em objeto, rece-

be, dócil e passivamente, os conteúdos que outro lhe dá ou

impõe.

O conhecimento [...] exige uma presença curiosa do

sujeito em face do mundo. Requer sua ação trans-

formadora sobre a realidade. Demanda uma busca

constante. Implica em invenção e em reinvenção.

Reclama a reflexão crítica de cada um sobre o ato

mesmo de conhecer, pelo qual se reconhece co-

nhecendo e, ao reconhecer-se assim, percebe o

‘como’ de seu conhecer e os condicionamentos a

que está submetido seu ato (

Ibidem

, 1977, p. 27).

Somente na condição de sujeito, e não de objeto, é

possível construir conhecimentos, ampliar visões de mundo

e percebê-las como totalidade. Por esta razão, o autor con-

cebe que o conhecimento se constitui nas relações homem-

-mundo, relações de transformação, e se aperfeiçoa na pro-

blematização crítica destas relações. A partir da apropriação

crítica do mundo, os indivíduos assumem o verdadeiro pa-

pel que lhes cabe como homens. O de serem sujeitos da

transformação do mundo, com a qual se humanizem (

Ibi-

dem

, 1977, p. 36).

O conhecimento é, portanto, histórico como os ho-

mens. Cada novo conhecimento supera o anterior, que será

ultrapassado por outro amanhã. A análise crítica do conhe-

cimento propicia a abertura e a aptidão à produção do co-

nhecimento ainda não existente (

Ibidem

, 1977, p. 27). Sen-

do assim, o conhecimento, pela inquietude da curiosidade,

possibilita compreender o mundo e empenhar-se em sua

transformação.

É possível depreender da leitura das obras de Freire

que, para o autor, o pensar certo decorre de uma exigên-

cia que os momentos do ciclo gnosiológico vão pondo à

curiosidade, caracterizando-se pela abertura às incertezas e

parcialidade do conhecimento, pelo rigor ético e gerador de

boniteza, pela pesquisa e indagação, pela criticidade, pelo