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1922

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

respeito ao senso comum no processo de sua necessária su-

peração e pelo respeito e o estímulo à capacidade criadora.

Promovendo o avanço da ingenuidade para a critici-

dade pela curiosidade crítica, insatisfeita, indócil, o pensar

certo não se coaduna com a desvergonha da arrogância

nem com a fragilidade dos posicionamentos superficiais,

exigindo a interpretação aprofundada dos fatos. Trata-se,

ainda, de um ato comunicante e coparticipado, que requer

uma postura exigente na

problematização

do futuro e na

recusa de sua inexorabilidade.

Diante dessa caracterização, pode-se constatar que,

na concepção freiriana, pensar vai além de conhecer, assim

como para Arendt, pensar e conhecer, em seus diferentes

estatutos, são imprescindíveis para a tarefa educativa.

Almeida (2011, p. 166) esclarece que, conforme

Arendt, o pensar busca o sentido das coisas e das experiên-

cias, quaisquer que sejam. A

atividade

do pensar, portanto,

não é necessariamente caracterizada pelo

assunto

do qual

se ocupa. Enquanto o pensar busca o sentido e não produz

resultados sólidos, a cognição busca o conhecimento, a par-

tir de resultados relativamente seguros e verificáveis.

O conhecimento [...] deve ser verdadeiro, ou seja,

sua validade depende da possibilidade de verificá-

-lo: ou ele é evidente por si mesmo, ou pode ser

comprovado. [...] Já o pensar não produz resultados

definitivos que, uma vez consolidados, possuam

uma validade por si só, independentemente da

atividade do pensar. Os ‘resultados’ do pensar só

continuarão válidos na medida em que forem re-

pensados. Se o critério da veracidade é, portanto,

essencial para o conhecer, o pensar a ele não se

submete (ALMEIDA, 2011, p. 167).

A curiosidade acerca do mundo e o desejo de in-

vestigar o que é percebido pelos sentidos, na concepção

arendtiana, movem a busca pelo conhecimento. As ques-

tões propostas pela sede de conhecimento são respondíveis

pela experiência e raciocínio de senso comum, enquanto as

questões levantadas pelo pensar buscam, pela razão, o sen-