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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
respeito ao senso comum no processo de sua necessária su-
peração e pelo respeito e o estímulo à capacidade criadora.
Promovendo o avanço da ingenuidade para a critici-
dade pela curiosidade crítica, insatisfeita, indócil, o pensar
certo não se coaduna com a desvergonha da arrogância
nem com a fragilidade dos posicionamentos superficiais,
exigindo a interpretação aprofundada dos fatos. Trata-se,
ainda, de um ato comunicante e coparticipado, que requer
uma postura exigente na
problematização
do futuro e na
recusa de sua inexorabilidade.
Diante dessa caracterização, pode-se constatar que,
na concepção freiriana, pensar vai além de conhecer, assim
como para Arendt, pensar e conhecer, em seus diferentes
estatutos, são imprescindíveis para a tarefa educativa.
Almeida (2011, p. 166) esclarece que, conforme
Arendt, o pensar busca o sentido das coisas e das experiên-
cias, quaisquer que sejam. A
atividade
do pensar, portanto,
não é necessariamente caracterizada pelo
assunto
do qual
se ocupa. Enquanto o pensar busca o sentido e não produz
resultados sólidos, a cognição busca o conhecimento, a par-
tir de resultados relativamente seguros e verificáveis.
O conhecimento [...] deve ser verdadeiro, ou seja,
sua validade depende da possibilidade de verificá-
-lo: ou ele é evidente por si mesmo, ou pode ser
comprovado. [...] Já o pensar não produz resultados
definitivos que, uma vez consolidados, possuam
uma validade por si só, independentemente da
atividade do pensar. Os ‘resultados’ do pensar só
continuarão válidos na medida em que forem re-
pensados. Se o critério da veracidade é, portanto,
essencial para o conhecer, o pensar a ele não se
submete (ALMEIDA, 2011, p. 167).
A curiosidade acerca do mundo e o desejo de in-
vestigar o que é percebido pelos sentidos, na concepção
arendtiana, movem a busca pelo conhecimento. As ques-
tões propostas pela sede de conhecimento são respondíveis
pela experiência e raciocínio de senso comum, enquanto as
questões levantadas pelo pensar buscam, pela razão, o sen-