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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
face à imensa quantidade de desconhecido. Para a autora, a
ciência moderna, para provar ou infirmar suas hipóteses, os
seus ‘paradigmas’ e descobrir o que faz funcionar as coisas,
começou a imitar o processo de funcionamento da nature-
za, utilizando instrumentos em laboratório, para antecipar
um ambiente transformado.
Os processos cognitivos utilizam para atingir seus fins,
as capacidades humanas de pensar e fabricar como modos
refinados de raciocínio de senso comum. O conhecer rela-
ciona-se com o sentido de realidade, construindo mundos
como são construídos edifícios.
Assim, o conhecimento é produzido como uma ati-
vidade construtiva tal como a construção do mundo pelo
homo faber
, pois os conhecimentos e os produtos fabrica-
dos constituem uma base relativamente sólida em que os
indivíduos podem se movimentar.
Consequentemente, a mentalidade do
homo faber
e
os princípios do conhecer são valorizados a partir da mo-
dernidade, trazendo os riscos de priorizar o conhecer instru-
mental e negligenciar o pensamento, uma vez que a “civili-
zação ocidental decidiu privilegiar o conhecimento sobre o
pensar” (CRITELLI, 2007, p. 82).
Em decorrência dessa postura, prioriza-se a construção
de conhecimentos e o desenvolvimento de competências,
em detrimento da busca de entendimento das linguagens,
hábitos e sentidos partilhados neste espaço, bem como so-
bre a necessidade de assunção de compromissos com a sua
conservação e renovação.
Interessa, na investigação a respeito de uma educação
conservadora e comprometida com o mundo, diferenciar o
pensar e o conhecer. Nos escritos de Freire, essa distinção
não é evidenciada. Porém, pode-se concluir que para o au-
tor, pensar e conhecer são imprescindíveis e precisam ser
fomentados pela educação, especialmente em virtude do
inacabamento do ser humano, que necessita fazer-se ho-
mem, constituir-se ao interagir com os outros e ao intervir
na realidade em que se insere.