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1914

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

[...] O exercício de pensar o tempo, de pensar a téc-

nica, de pensar o conhecimento enquanto se co-

nhece, de pensar o quê das coisas, o para quê, o

como, o em favor de quê, de quem o contra quê, o

contra quem são exigências fundamentais de uma

educação democrática à altura dos desafios do

nosso tempo (

Ibidem

, 2000, p.102).

O pensamento, portanto, mais do que o conhecimen-

to, busca o sentido da presença humana no mundo, pos-

to que “[...] mais do que um ser no mundo o ser humano

se tornou uma

presença

no mundo, com o mundo e com

os outros. Presença que, reconhecendo a

outra

presença

como um ‘não-eu’, se reconhece como ‘si própria’”. O ser

humano, conforme Freire (2000, p. 112) é presença que se

pensa a si mesma, que se sabe presença, que intervém, que

transforma, que fala do que faz mas também do que sonha;

que constata, que compara, avalia, valora, que decide, que

rompe. Pensar e assumir a presença no mundo impõe a ne-

cessidade da ética e da responsabilidade, porque envolvem

decisão, avaliação, liberdade, ruptura e opção.

Como concluem Redin et al. (2010, p. 314), o pensar

certo na perspectiva de Freire, é cultivar a humildade e o

gosto por estar sempre aprendendo em comunhão e solida-

riedade com os outros. É reconhecer os próprios equívocos

e anunciar os aprendizados construídos nas relações com os

outros e com o mundo.

Expostas as definições de Arendt e de Freire acerca do

pensar, interessa apresentar as aproximações e os distan-

ciamentos entre as concepções dos autores, reforçando a

importância do pensamento na educação.

ARENDT E FREIRE: PENSAR E COMPREENDER O

MUNDO

Hannah Arendt indaga sobre o pensar e a possibilida-

de de evitar o mal, considerando que as atrocidades come-

tidas por Eichmann demonstram a incapacidade de pensar

sobre as consequências de seus atos. Paulo Freire, por seu