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EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
vez mais politizados. Desse modo, num primeiro momen-
to esse componente aproxima os acadêmicos do curso de
Licenciatura com referenciais epistemológicos e políticos,
no intuito de instrumentalizar os acadêmicos em formação
para uma inserção nos contextos escolares. Anterior a essa
inserção no contexto escolar, em aula, são oportunizados
estudos que aprofundam e alargam a compreensão do ser
e estar na profissão docente, e a responsabilidade em copo-
tencializar a cidadania dos educandos.
O autor em suas concepções de cidadania estabelece
que a mesma, nada mais é, do que a compreensão do ser na
realidade, podendo assim, conscientemente atuar em favor
de mudanças. É humanamente necessário ter a consciência
da cidadania e a compreensão de todos os direitos e deveres
como pessoa. Existe ainda uma relação direta entre a alfabe-
tização e a cidadania, pois para Freire, deve-se alfabetizar o
sujeito, para que exerça melhor a cidadania, esta alfabetiza-
ção vai além da pura e simples compreensão do código que
é o alfabeto, mas sim de cunho político para que possa ser
feito uma leitura do mundo em que se está inserido. Desta
forma ele expressa: “seria mais forte ainda se disséssemos: a
alfabetização como formação da cidadania ou alfabetização
como formadora da cidadania” (FREIRE, 2000, p.45).
Freire defende a cidadania com características co-
letivas, portanto, defende a mesma como a compreensão
da aquisição de direitos na luta de melhores condições de
trabalho e da dignidade na prática docente, pois para ele
não há diferença entre cidadania e docência. Para Freire,
“ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os
homens se libertam em comunhão” (FREIRE, 1981, p. 27).
Nessa concepção, define cidadania como: “condição de ci-
dadão, quer dizer, com o uso dos direitos e o direito de ter
deveres de cidadão”. (FREIRE, 1981, p. 45).
Em suas lições o estudioso, recorda aos educadores,
que ensinar demanda reconhecer que a “educação é uma for-
ma de intervenção no mundo” (FREIRE, 1996, p.98). Portanto,
esse movimento de articular ensino com pesquisa, apoiados