XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
1141
EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)
esta escrita, objetiva-se não perder o foco da temática cen-
tral, considerando as leituras realizadas com o objetivo de
desencadear uma recontextualização do pensamento frei-
riano no contexto atual, individualizado e plural, tendo como
foco o conceito de autonomia como um princípio de atua-
ção democrático. Ao trazer para discussão tal conceito, bus-
ca-se a reflexão acerca das condições do processo educati-
vo, que vem, no decorrer dos últimos anos, amesquinhando
o desenvolvimento integral do ser humano e primando por
uma radicalização da individualização dos sujeitos.
O contexto atual não é favorável a uma pedagogia im-
posta e repetitiva, como, historicamente, visualizamos em
nosso processo de alfabetização e que, portanto, torna-se
necessário um cuidado redobrado para a não repetição de
tais práticas. Propor, assim, um processo de alfabetização que
toma por base a constante formação dos professores e a in-
serção de metodologias dialógicas e pautadas por um cons-
tructo histórico-social se faz de fundamental importância.
Por meio da educação, a visão reflexiva em torno da
opressão e do oprimido e, portanto, da autonomia como um
predicado de liberdade, faz da proposta freiriana um desafio
atual, quando da proposição de uma “educação libertadora”
como uma metodologia que impõe desafios ao modelo por
ele denominado de “educação bancária”.
Considerando-se assim, a alfabetização como um ins-
trumento de libertação(emancipação) do sujeito, esta torna-
-se um ato consciente de si, atribuído à uma educação que
tem por finalidade se constituir em referencial de libertação,
na medida em que, promove a capacidade de percepção
crítica e viabiliza a mediação dos poderes existentes em de-
terminado contexto.
Em suma, a alfabetização, enquanto confiança em si
como sujeito de sua história, torna-se uma categoria fun-
damental no processo educativo libertador. Educar, no con-
texto das sociedades complexas, numa perspectiva de criar
condições para mudanças nas estruturas e processos so-
cioculturais e econômicos, pressupõe pensar na libertação