XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
vez que “o círculo de cultura dispõe as pessoas ao redor de
uma “roda de pessoas”, em que visivelmente ninguém ocu-
pa um lugar proeminente” (BRANDÃO, 2010, p. 69). Dessa
forma,
No círculo de cultura, a rigor, não se ensina, apren-
de-se em “reciprocidade de consciências”; não há
professor, há um coordenador, que tem por fun-
ção dar as informações solicitadas pelos respecti-
vos participantes e propiciar condições favoráveis
à dinâmica do grupo, reduzindo ao mínimo sua
intervenção direta no curso do diálogo (FREIRE,
1987, p. 06).
Além disso, o potencial formativo da interação pro-
posta na pesquisa também se associa à definição de Círculos
de Cultura elaborada por Brandão (2010), à luz da perspec-
tiva freireana:
No círculo de cultura o diálogo deixa de ser uma
simples metodologia ou uma técnica de ação gru-
pal e passa a ser a própria diretriz de uma experiên-
cia didática centrada no suposto de que aprender
é aprender a “dizer a sua palavra”. Desta maneira
podem ser sintetizados os fundamentos dos círcu-
los de cultura (p. 69).
Os grupos focais se apresentam como possibilidade
metodológica quando não se pretende recorrer à entre-
vista convencional para coletas de dados em investigações
de cunho qualitativo, com benefício: “que eles não somen-
te permitem análises de declarações e relatos sobre expe-
riências e eventos, mas também do contexto interacional
em que essas declarações e esses relatos são produzidos”
(FLICK, 2009, p. 17).
O grupo focal é um método utilizado com grupos
de pessoas que passaram por uma experiência específica.
Nesse sentido, destaca-se a valorização da auto expressão,
constantemente proferida por Freire (1987), ao afirmar que
“com a palavra, o homem se faz homem. Ao dizer a sua pa-