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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Com relação à língua praticada pelos imigrantes e

descendentes, destaca-se a língua pomerana, que continua

sendo falado no seio das famílias e transmitido aos jovens,

no passar das gerações, por meio da oralidade. Há crian-

ças que ainda ingressam na vida escolar como bilíngues

em português/pomerano. A língua pomerana se manteve

durante gerações devido ao isolamento das comunidades,

reservadas em sua religião e em seu modo de vida. A língua

pomerana é importante na transmissão e recriação da tra-

dição oral e na elaboração da identidade linguística, social e

étnica deste povo (BREMENKAMP, 2014).

Nas bibliografias consultadas, tais como BREMENKAMP

(2014), CERQUEIRA (2010), COARACY (1957), RÖLKE (1996) e

SALAMONI, et al (1995), verificou-se que os pomeranos prati-

cam predominantemente a religião Luterana. A presença das

igrejas desta religião é nítida no sul gaúcho. Nesta religião,

ocorrem festividades de igreja, comemoração de feriados re-

ligiosos, a confirmação dos jovens, o casamento e o batizado,

cultivando costumes típicos nessas ocasiões, marcando dessa

forma os ritos de passagem deste povo. Ou seja, grande parte

dos costumes da cultura pomerana ainda é rememorada.

Percebe-se que os descendentes de pomeranos são

um grupo social que deixa suas marcas no seu território de

atuação. Como afirma Saquet (2015, p.24), “cada sociedade

produz seu território (s) e territorialidade (s), a seu modo,

em consonância com suas normas, regras, crenças, valo-

res, ritos e mitos, com suas atividades cotidianas”. Sabe-se,

que estas atividade cotidianas são levadas também para o

interior da escola, sendo as práticas dos pomeranos algo

diferente, que, como salienta Freire, deve ser respeitado,

para que a tolerância seja algo inerente à sociedade como

um todo.

A INTERCULTURALIDADE NA ESCOLA

Uma relação de tolerância na escola entre os sujeitos

de diferentes culturas somente é possível através do diálo-

go, como afirma FREIRE (1987, p. 45):