XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
à ideia de superioridade deve ser rompida. Logo, a pessoa
que é tolerante não é superior, mas reconhece na outra, al-
guém que possui uma posição diferente da sua. Assim, o
educador e a educadora devem valorizar todo e qualquer
saber apreendido pelo educando e pela educanda, para jun-
tos construírem o conhecimento. A contemporaneidade é
marcada pela diversidade, que nos faz refletir sobre posi-
ções absolutas que nos tornam intolerantes, gerando mui-
tos conflitos nas sociedades atuais (STRELHOW, 2007).
Tratando do conceito de tolerância dentro da escola, a
partir do pensamento freireano, emerge a dimensão popu-
lar da educação – educação popular, que valoriza os saberes
das classes e grupos sociais oprimidos. Quando os conhe-
cimentos prévios dos sujeitos são valorizados, valorizam-se
suas concepções prévias de história e cultura. Para Nogueira
e Freire (1993, p.19), como projeto libertador, “a educação
popular é o esforço de mobilização, organização e capacita-
ção das classes populares”.
Por entender as classes populares como detentoras de
um saber não valorizado pela sociedade, se percebe a rele-
vância de construir uma educação a partir do conhecimento
do povo e com o povo, provocando uma leitura da realidade
a partir da ótica do oprimido, que ultrapasse as fronteiras
das letras e se constitua, concretamente, nas relações histó-
ricas e sociais. (MACIEL, 2011).
Freire afirma que tolerar não é concordar com a outra
pessoa que pensa ou age diferente, mas demanda respeito
para com a outra, de tal modo que possa aprender com
ela. Desta forma FREIRE (2005) assinala que a tolerância
não exige de mim que concorde com aquele ou aquela a
quem tolero. O que a tolerância necessita de mim é o res-
peito ao diferente, seus sonhos, suas ideias, suas opções e
seus gostos.
Respeitar as diferentes opiniões não é abster-se da
luta e do diálogo e nem assumir uma posição opressora,
pois a humanidade necessita de luta social por igualdade.
Quando, dentro das escolas, as múltiplas culturas dos alunos