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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO

fundamentalmente, compreende que a educação deve edu-

car pessoas que sejam autônomas nas suas relações sociais

e que construam um mundo sem opressão (FREIRE, 1996).

Segundo Gadotti (2012, p.48) “[...] o tema da autonomia

da escola encontra suporte na própria constituição [...] que

institui a ‘democracia participativa’ e cria instrumentos que

possibilitam ao povo exercer o poder ‘diretamente’ (arti1º).

No que se refere à educação a Constituição de 1988 esta-

belece como princípios básicos: o ‘pluralismo de ideias e de

concepções pedagógicas’ e a ‘gestão democrática do ensino

público (art. 206). Esses princípios podem ser considerados

como fundamentos constitucionais da escola. O pluralismo

é possível quando se propõe o mesmo projeto para a mes-

ma rede de ensino? A mesma avaliação, os mesmos concei-

tos? Como conciliar o papel do Estado em orientar as redes

de ensino e, ao mesmo tempo, evitar uma ingerência deste

no trabalho docente? Faz-se, portanto, necessário refletir

sobre a autonomia e educação escolar pública a partir da

sua relação com o Estado. Manacorda (1995) contribui com

este debate quando destaca dois momentos em que Marx

refere-se à relação Estado e Educação, e destaca que, para

Marx, “A instrução pode ser estatal, sem ficar sob o controle

do governo [...]” (p. 298) ou ainda destaca uma passagem

em que Marx refere-se à educação durante o período da

Comuna de Paris onde o mesmo afirma que “[...] todos os

institutos de instrução foram abertos gratuitamente para o

povo e liberados igualmente de toda ingerência da Igreja e

do Estado [...]” (p. 299).

O ensino estatal sempre gerou polêmica, pois o mes-

mo pode ser utilizado como uma forma de dominação ideo-

lógica por parte de governos, principalmente em países em

que o mesmo está garantido a toda população, uma vez que

o seu alcance é muito grande. A educação escolar pode,

portanto, garantir a hegemonia de classe a quem estiver

no poder, visto que, na maioria das vezes, “[...] o estado de

classe estava ligado intimamente ao ensino de classe. Ainda

que não sem tensões, o aparato escolar se convertia em um