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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
lar, porque gostam, porque querem, mas fundamentalmen-
te porque tem rede wifi na escola sendo que para muitos
é o único momento de acessar as redes sociais. Quando,
enfim, as aulas propriamente dita inicia toca a companhia e
tem-se que começar tudo de novo em outra sala-de-aula.
Esta é outra dimensão do cotidiano escolar: os professores
das séries finais, na maioria das vezes, se deslocam de um
prédio outro da escola para chegarem a próxima turma,
ou trocam de sala no mesmo prédio ou andar. Um grande
número de alunos, enquanto esperam o professor chegar
na sala de aula saem para o corredor, correm, batem nas
portas e armários, se jogam no chão, gritam. O professor
ao chegar em sala de aula mas uma vez reviverá a mesma
rotina de ter que utilizar vários minutos de seu tempo aula
para que os mesmos consigam se organizar e concentrar
para que as aulas tenham início. Isso considerando que as
turmas estejam em um dia considerado razoável e também
que não ocorrido nenhum conflito entre os alunos, seja ver-
bal ou físico. Ou ainda, espera-se que não tenha ocorrido
nenhuma violência nas comunidades atendidas pela escola.
Esse fator normalmente desestabiliza os estudantes e por
consequência as aulas.
A narrativa acima da rotina escolar, in loco, serve como
inspiração para refletirmos sobre o quão absurdo é um ges-
tor, sem conhecer a realidade das comunidades escolares,
definir sobre o tempo das aulas, sobre o calendário esco-
lar sobre as reuniões pedagógicas e os conselhos escolares.
Proibindo as reuniões pedagógicas e reduzindo ao máximo
os conselhos escolares. Pode-se observar que a famosa frase
do secretario de que o foco é o aluno e a melhoria do de-
sempenho escolar, não pode ser alcançada com o professor
ficando menos tempos com os alunos em sala de aula, visto
que em muitos casos os professores terão mais turmas, por-
tanto mais alunos e não poderão ficar mais tempo com os
mesmos, visto que terá mais turmas. Sem falar que turmas
com 32 alunos e em espaços mínimos onde as classes ficam
tão juntas que o professor mal consegue circular entre elas