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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

situações absolutamente idênticas no que tange à esfera

política, a dominação de elites patrimonialistas, de poucas

luzes e muita violência, aferradas aos seus privilégios e lo-

cupletando-se em uma infindável sucessão de tiranos, cau-

dilhos, coronéis e generais. Quarteladas, Golpes de Estado,

Ditaduras, arranjos conservadores para a perpetuação de

regimes que se repetem com mudança de forma e ma-

nutenção do conteúdo. Na economia, a crescente depen-

dência do mercado externo aumenta na mesma proporção

que o descaso com a miséria e com a exploração, onde a

brutalidade nas relações sociais se repete na maior parte

dos países.

O clientelismo, cimento desta sociedade, constante-

mente redefinido assegurou a aceitação de grupos, que, de

outra forma, poderiam voltar-se para a oposição organizada.

O resultado deste sistema explode, literalmente, nos dias de

hoje: elites impunes, Estado corrompido, enquanto a maior

parte da população mostra-se apática, aguardando algum

salvador da pátria a solucionar todos seus problemas. E, não

faltam candidatos ao cargo, aristocratas da política, gene-

rais, tecnocratas, bem-falantes, caudilhos...

Os embrionários processos democráticos são despe-

daçados pelas elites locais, na maioria das vezes de forma

violenta. A adesão a ideia, ao pensamento colonial, quando

não é obtido pelo convencimento o é pela força. O poder

pertence ao colonizador, conhecimento, beleza, religiosi-

dade, saber e, de forma contundente, a cultura. Posto que

a cultura é fator de identificação coletiva, descaracterizá-la

é, como inferimos a partir de Gramsci, parte das ações em

prol do convencimento como primeira etapa da construção

ideológica hegemônica (GRAMSCI, 1978). Por isso a impor-

tância de quebrar a cultura destes povos. Nada é tão duro e

significante.

É a cultura que dá significado ao viver seja o caso de

um povo, de uma comunidade, de uma etnia, modo de ser e

de viver. Enquanto a percepção colonialista impõe-se como

superior, e, portanto, de todas as formas a impinge aos co-