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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

503

EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:

RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

A COLONIZAÇÃO DO SABER

A educação, tanto no que tange a ocupação do espa-

ço escolar, quanto ao acesso ao conhecimento e, ainda, na

seleção do que é considerado conhecimento válido, histo-

ricamente tem sido local de conflito: a perspectiva coloni-

zadora de um lado como agente reprodutor da “ideologia

dominante” (FREIRE, 2007, p. 112), de outro, a perspectiva de

sua superação. Há uma dicotomia presente e persistente de

um processo que homogeiniza, submete, oprimi, encobre,

subalterna saberes, seres e poderes (Quijano, 2005; 2000).

Em paralelo, há, subterraneamente, e ás vezes nem tanto,

espaços de resistência na constituição de processo educati-

vos e formas várias de construir, significar, resignificar, valo-

rizar, conhecimento e saber.

O processo colonizatório, africano e, sul-americano,

principalmente, instaura-se em uma perspectiva de estabe-

lecer colônias de exploração, justificada na documentação

da época “por uma missão civilizatória” sob a perspectiva

de quem escreve a história sobre e a partir de si mesmo. As

colônias de exploração tornaram-se atualmente o que hoje

é conhecido, economicamente, como terceiro mundo, onde

o conhecimento unidirecional imposto pelo pensamento

europeu é compreendido como universal

.

Onde tem-se ne-

gado que as diversas matrizes de racionalidade constituídas

a partir de diferentes lugares, se têm construído em um diá-

logo de saberes que busca superar a colonialidade do saber

e do poder (Quijano, 2005; 2000).

Aqui é interessante pensar em quem é “o colonizado”?

Na atualidade, seria possível inferir que são, os Condenados

da Terra de Franz Fanon, os Oprimidos de Freire, os Gover-

nados de Gramsci, os Subalternos de Spivak, os Outros de

Dussel os Colonizados de Quijano; reflexão que se opõe a

perspectiva contaminada pela construção de um ideário as-

simétrico em que beleza, inteligência, progresso são adjeti-

vos que lhe opõe.

No processo de invasão da América, apesar das gran-

des diferenças em suas especificidades, é possível perceber