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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

A CONSOLIDAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

O controle é tão evidente que o Estado de direito

continua pensando a implementação da Educação “para”

3

o campo e não “com” o, “no” ou “do”

4

. A temática “Edu-

cação do Campo” deixa claro o descaso e forma com que

os governantes – elite brasileira – historicamente trataram a

educação voltada ao campo denominada como “educação

rural”. Desde que foi criada a Primeira Lei Geral de educação

no Brasil, de 15 de outubro de 1824 que dispunha sobre a

educação no Brasil, os habitantes do meio rural estiveram

relegados à marginalidade, no tocante à construção de pla-

nos educacionais que fossem condizentes com sua realida-

de e modo de vida (SILVA FILHO

et al.

, 2014).

Ao nos debruçarmos sobre a temática Educação do

Campo, percebemos a evidência o descaso de como foi tra-

tado pelo simples fato do não tratamento nas legislações

brasileiras. Atribuindo maior importância ao modo de vida

e produção urbana, sem levar em conta as outras formas

de vida e trabalho. Deixando de lado as pessoas que viviam

e produziam no campo. Sobre isso FERREIRA e BRANDÃO

salientam:

Após a proclamação da República, em 1889, a orga-

nização escolar no Brasil sofreu influência da Filoso-

fia positivista Francesa que teve como característica

estimular e exaltar a industrialização moderna, sem

nenhuma preocupação com as demais formas de

organização da sociedade a exemplo dos que resi-

dem e produzem no campo (2011, p. 5).

A implementação de um modelo urbano-tecnocrata

para as comunidades do campo, demonstram o fator de ex-

clusão de uma cultura do campo, uma população que inte-

rage com o campo na lógica distinta e devastadora do ca-

3

De cima para baixo – imposição, manipulação, reprodução da educação

de acordo com os interesses ideológicos de quem oferece;

4

“Do”, “no” e “com” o campo, significa junto com os trabalhadores, de ma-

neira democrática, coletivamente e não verticalizado, de cima para baixo,

imposto.