XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:
RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
ao discutirmos Educação no campo, discutimos educação
para as comunidades do campo, um direito humano para
além da alfabetização e reprodução de letras e números.
Como aponta BRANDÃO,
Educação do Campo constitui-se de ações politi-
zadoras, contribuindo com o desenvolvimento da
consciência social e política. É praticada por movi-
mentos sociais organizados do campo, mas conti-
nua defrontando-se com as políticas de Estado de
educação para o campo nos moldes das políticas
neoliberais praticadas pelo sistema político capita-
lista em vigência no Brasil (BRANDÃO, 2012).
Para compreendermos a trajetória e a temática edu-
cação do/no campo, perpassamos leis, decretos, pareceres,
textos oficiais, documentos, produções científicas atualiza-
das e produções do e sobre o Movimento dos Trabalhado-
res Rurais sem Terra (MST), buscando entender o posiciona-
mento do Estado em relação às práticas educativas dos que
trabalham e residem no meio rural brasileiro. Assim, estuda-
remos a Educação do Campo a partir da história do Brasil.
BREVE HISTÓRICO EDUCACIONAL BRASILEIRO
Desde a invasão dos portugueses – em 1500, século
XVI – a exploração das riquezas nativas e dos povos indíge-
nas, em troca do trabalho dos índios, ofereciam “bugigan-
gas” e, posteriormente, iniciaram o processo de expulsão de
suas terras, massacrando-os e exterminando-os. Observa
CARVALHO (2008, p. 18) que “o efeito imediato da conquista
foi a dominação e o extermínio, pela guerra, pela escraviza-
ção pela doença, de milhões de indígenas”. Posteriormente
iniciou-se a exploração dos africanos e de imigrantes po-
bres oriundos da Europa e do Oriente. Ou seja, seguindo
este percurso dominante-dominado, o processo de exclu-
são social, cultural, político e econômico se acentuaram ao
longo da constituição da sociedade brasileira e fazer uma
referência a este processo de exclusão não leva a um debate
tranquilo, a resistência ainda é forte por parte da sociedade