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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
ções futuras por meio da convivência em sociedade (COSTA
e RAUBER, 2009). Desse modo, os novos indivíduos eram
integrados à ordem social. Todavia, a “transmissão” desses
valores, limitava-se somente à memória, ou seja, não havia
nenhum outro mecanismo além da convivência que regis-
trasse esses valores culturais nas sociedades antigas. Pen-
sarmos na formação educacional no Brasil implica analisar
o modelo estrutural de ensino e investimentos nessa área,
contudo a problemática histórica gira em torno do modelo
pedagógico. Duas concepções são rotineiramente adotadas
em nosso país: Modelo tradicional (modelo fonético) e o
construtivismo (escola nova).
Segundo XAVIER:
De um lado está a escola tradicional, aquela que
dirige que modela, que é ‘comprometida’; de outro
está a escola nova, a verdadeira escola, a que não
dirige, mas abre ao humano todas as suas possibili-
dades de ser. É, portanto, ‘descompromissada’. É o
produzir contra o deixar ser; é a escola escravizado-
ra contra a escola libertadora; é o compromisso dos
tradicionais que deve ceder lugar à neutralidade
dos jovens educadores esclarecidos (XAVIER, 1992,
p. 13).
Nesse contexto, a educação do campo no Brasil é um
dos desafios do século XXI, devido à uma educação exclu-
dente das comunidades do campo, sejam eles seringueiros,
trabalhadores nos faxinais, ilhéus, índios, pescadores ou qui-
lombolas. A educação rural – pedagogicamente contrária à
Educação do Campo – é extensão da educação praticada
nas escolas urbanas, utilizando como método de ensino a
reprodução de informações e “conhecimentos”, sem deba-
ter a realidade concreta do homem do campo (BRANDÃO,
2012). Ao se discutir a disputa, disse CALDART (2007, s/p)
que o “[...] conceito de Educação do Campo é novo, mas já
está em disputa, exatamente porque o movimento da rea-
lidade que ele busca expressar é marcado por contradições
sociais muito fortes”.
Essas contradições fortes se dão cam-
pos político, econômico, social, cultural e geográfico, pois