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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
neoliberal, principalmente por aqueles que ainda se benefi-
ciam deste sistema de inserção não social.
Até o início do século XX a educação no Brasil esteve
praticamente na mão das grandes elites oligárquicas, que
no entender de ROMANELLI:
A economia colonial brasileira fundada na grande
propriedade e não na mão-de-obra escrava teve
implicações de ordem social e política bastante
profundas. Ela favorece o aparecimento da unidade
básica do sistema de produção, de vida social e do
sistema de poder representado pela família patriar-
cal (ROMANELLI, 1991, p. 33).
Sendo assim, a educação no Brasil constitui-se para
uma parcela burguesa da sociedade e ainda é reservada
a uma elite dominante e totalmente exploradora, na qual
sempre esteve voltada a estratificação e dominação social.
As oligarquias do período colonial e monárquico estavam
profundamente fundamentadas na dominação via controle
do saber. Caracterizou-se nesse período colonial, bem como
no monárquico, um modelo de importação de pensamento,
principalmente da Europa e consequentemente a matriz de
aprendizagem escolar fora introduzida no mesmo momen-
to, configurando-se uma ideia de ensino para alguns, por-
tanto, os demais não precisavam saber.
Esta, a classe dominante – detentora dos meios de co-
nhecimento e de ensino – implicou em um modelo aristo-
crático de vida presente em nossa sociedade colonial e pos-
teriormente na corte de D. Pedro. Além disso, existiram dois
fatores importantes na construção do modelo educacional
brasileiro, ou seja, “a organização social (...) e o conteúdo
cultural que foi transportado para a colônia, através da for-
mação dos padres da companhia de Jesus” (ROMANELLI,
1991, p. 33). Saliento aqui essas grandes oligarquias, minoria
de donos de terra e senhores de engenho dominando uma
massa de agregados e escravos.
O Brasil passou por pequenos intervalos democráticos
e a escola permeou estes intervalos não democráticos, pois