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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
sua dinâmica, e isto em dois sentidos combinados:” a escola
passou a fazer parte do cotidiano e das preocupações das
famílias Sem Terra, com maior ou menor intensidade, com
significados diversos, dependendo da própria trajetória de
cada grupo, mas inegavelmente já consolidada como sua
marca cultural: acampamento e assentamento dos sem-ter-
ra do MST têm de ter escola e, de preferência, que não seja
uma escola qualquer, e a escola passou a ser vista como uma
questão também política, quer dizer, como parte da estraté-
gia de luta pela Reforma Agrária, vinculada às preocupações
gerais do Movimento com a formação de seus sujeitos.
A partir destas lutas sociais que o MST busca cons-
tantemente, a educação do campo, se torna destaque sen-
do que ela é um espaço de possibilidades e transformações
sociais e a construção de vida do campo. A Educação do
Campo tem suas características centradas em três aspectos,
segundo Souza (2011): 1) identidade construída no contex-
to das lutas empreendidas pela sociedade civil organizada,
especialmente a dos movimentos sociais do campo; 2) or-
ganização do trabalho pedagógico, que valoriza trabalho,
identidade e cultura dos povos do campo; 3) gestão demo-
crática da escola, com intensa participação da comunidade.
O sujeito é essencial para definir o projeto politico pedagó-
gico e na organização do trabalho pedagógico. A proposta
pedagógica que o MST traz para a educação do campo é
emancipatória e filosófica. Como aponta ADORNO:
Quanto mais a educação procura se fechar ao seu
condicionamento social, tanto mais ela se converte
em mera presa da situação social existente. É a si-
tuação do “sonho de uma humanidade que torna o
mundo humano, sonho que o próprio mundo su-
foca com obstinação na humanidade”! (ADORNO,
1995 p.11).
Conforme FERNANDES, CERIOLI e CALDART (2004), a
utilização da expressão campo tem o intuito de propiciar
uma reflexão sobre “... o sentido do atual trabalho campo-
nês e das lutas sociais e culturais dos grupos que hoje ten-