Table of Contents Table of Contents
Previous Page  465 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 465 / 2428 Next Page
Page Background

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

465

EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:

RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

Nesse agir, aprende-se e criam-se pedagogias onde as di-

versidades são valorizadas, pois o povo percebe que ele é o

diverso, o diferente, e a partir disso, afirmam-se identidades.

São descobertas as identidades de projeto e de classe, e o

que era talvez vergonhoso, passa a ser motivo de pertença.

Em ambos os espaços aponta-se para a construção de

outra sociedade, com outros valores em que o ser humano

esteja no centro, sem a destruição do planeta; são propostas

anticapitalistas. São outras relações entre os seres humanos

e destes com a natureza. O cotidiano é afirmado como im-

portante, como “o nosso lugar”, a nossa história que precisa

ser valorizada e reconhecida e, mais que isso, prima-se por

construir histórias na dignidade e, portanto, acesso à edu-

cação, à terra, aos bens naturais são reivindicados.

Aprende-se e exercita-se o diálogo, e com isso re-

forçam-se valores democráticos, deixando de lado práticas

autoritárias. A luta é central e é a partir dela que vai sendo

fortalecido o poder popular, sendo o exercício do diálogo

verdadeiro, fundamental como salienta Freire (1987). As

duas perspectivas E.P. e EdoC explicitam antagonismos: há

dois lados num jogo e há várias dimensões da opressão, há

luta de classes. O determinismo já não tem espaço porque

as pessoas em coletivos aprenderam a questionar e a por

em xeque. Assim, vai sendo construída uma nova cultura,

novos modos de vida, novas experiências educativas e no-

vas formas de sociabilidade.

Há um desacomodamento dos sujeitos que passam a

questionar porque a sociedade e a educação até então, fun-

cionara de tal maneira. Passa-se assim, de uma Escola no/do

movimento e da escola da vida para a conquista da escola,

que por sua vez não pode se limitar à escola/estrutura física.

De acordo com Batista (2006, p. 2) os princípios da E.P. “fun-

damentam as reivindicações dos movimentos sociais articu-

lados pela construção de uma política pública de educação

para os povos do campo, dentro de uma compreensão de

educação bem alargada”. Sobre o encontro da E.P. com a

EdoC a mesma autora destaca “Insurge-se assim como uma