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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Uma Educação Básica do Campo, com raízes na educação
construída, sobretudo, nos assentamentos e acampamentos
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra anterior
a esse período.
A discussão proposta neste texto busca mostrar ele-
mentos de confluência da EdoC com a E.P., elucidando de-
talhes a partir de pesquisa bibliográfica em que analisamos
seis artigos e duas dissertações de mestrado
3
que tratam di-
retamente dessa relação. Embora a Educação do Campo seja
algo recente em termos de existência, compreendida como
esforço de superação da educação rural, que passa a existir
na Lei com a Resolução CNE/CEB 01/2002, há um bom nú-
mero de produção acerca do tema e o mesmo ocorre com a
educação popular, se tomarmos como base o banco de te-
ses e dissertações da Capes. É recorrente também a junção
“
educação popular do campo”
dando a entender que a EdoC
não pode ser compreendida separadamente da E.P. e isso se
dá devido aos princípios de ambas
4
.
Este trabalho busca refletir sobre os elementos que,
mais que aproximam, entrelaçam essas duas perspectivas
educacionais, uma vez que não são uma mesma coisa. Para
conceituar
A origem da concepção de educação popular, des-
ta forma, decorre do modo de produção da vida
em sociedade no capitalismo, na América Latina e
também no Brasil, e emerge a partir das classes po-
pulares ou dos trabalhadores mais empobrecidos
na defesa de seus direitos; dependendo da orga-
nização na qual se congregam, os trabalhadores
chegam inclusive a defender e a lutar pela cons-
trução de uma nova ordem social (PALUDO, 2012,
p. 280-281).
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Os trabalhos escolhidos são do período de 2005 a 2017 e a opção por
esses se deu pelo fato de tratarem da relação existente entre Educação do
Campo E Educação Popular – e não da primeira como sinônimo da segun-
da devida as diferentes origens.
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Podemos tomar como princípios básicos de ambas: a luta popular pela
emancipação; a negação da educação descontextualizada e invasora/ban-
cária; a construção do poder popular; possibilidade do “novo”/inédito viá-
vel.