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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:

RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

rar-se e separando-se, podem com ele ficar, os homens, ao

contrário do animal, não somente vivem, mas existem, e sua

existência é histórica” (FREIRE, 1987, p. 89).

Essa consciência de sua construção histórica permite

ao homem conviver com seus semelhantes e com a natureza

de forma harmônica, de modo que essa inter-relação possa

ser benéfica para ambos. É a práxis freireana sendo vivencia-

da no espaço do campo, uma vez que é necessário perceber

como a natureza funciona para, num processo de reflexão,

agir com maestria e reavaliar sua própria ação frente à na-

tureza para aprimorar sua intervenção junto a ela e junto à

comunidade de seus semelhantes.

Carvalho e Costa (2012, p. 26), afirmam que a agricul-

tura camponesa caracteriza-se por ser esse modo de viver

e de fazer agricultura onde, na relação com a natureza e no

seu cultivo não a diferença entre quem a pensa, quem a exe-

cuta e quem dela colhe os frutos. Apesar de ter uma orga-

nização diferente das empresas orientadas por uma lógica

capitalista onde existem o dono do capital, os assalariados e

o lucro, o espaço do camponês não está livre das influências

do mercado. Além de produzir seu próprio alimento para

subsistência, o camponês precisa produzir um excedente

que lhe possibilite ter certo lucro para ter acesso a outros

bens e serviços que ele não é capaz de providenciar em seu

próprio espaço.

A vida comunitária nos pequenos municípios de nos-

so país, em geral é caracterizada pelo convívio no espaço

da igreja, do salão comunitário e da escola. O fechamento

das escolas do campo é um fenômeno que há tempos ob-

servamos acontecendo em muitas dessas comunidades. Ora

visto como consequência do esvaziamento do campo e o

fechamento das escolas e nucleação do espaço de educação

escolar na sede do município simboliza bem o enfraqueci-

mento do espaço do campo como lugar da construção da

existência das famílias camponesas. A educação do campo,

junto à organização dos movimentos sociais, junto à pro-

posta de uma produção agroecológica, de uma produção