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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

por uma sociedade possível, necessária e urgente, sem hie-

rarquias de opressão e exploração do trabalho.

A autonomia e a emancipação prevê em uma práxis

revolucionária essencialmente autêntica, que não separa a

teoria da prática, caracterizando pela ação dialógica que se

estabelece entre si, superando uma educação mecanicista e

dicotômica. Nesse sentido, a Educação do e no Campo po-

tencializa um processo de conscientização, onde ninguém é

sujeito da educação de ninguém, a não ser de si mesmo, que

reflete na ação e promova a superação em sua própria prá-

tica. A conscientização é a prática consciente dos oprimidos

pela luta por sua libertação. “O educador e o povo se cons-

cientizam através do movimento dialético entre a reflexão

crítica sobre a ação anterior e a subsequente no processo

de luta” (FREIRE, 2004, p. 109). A Educação do e no Campo

constitui-se como um projeto próprio e consciente em sua

práxis, definido coletivamente pela comunidade escolar, na

produção da autonomia e emancipação a partir da realidade

do e no campo, onde a educação deixa de ser somente uma

transmissão de saberes e passa a ser um ato político.

DIÁLOGOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO COM

PEDAGOGIA FREIREANA

O campo é o espaço de construção da vida para o

camponês. É nesse espaço que muitas famílias, além de pro-

videnciar seu sustento material, vivem sua história marca-

da por conquistas e por angústias. A construção da vida do

camponês é marcada por relações familiares, pelo convívio

com os vizinhos, com os amigos no espaço comunitário,

bem como também se constrói na relação entre o ser hu-

mano e a natureza em sua amplitude.

Para Freire a consciência de sua existência no mundo

faz com que o ser humano não apenas viva no mundo, mas

tenha também consciência de sua atividade no mundo em

função da finalidade que se propõe na busca em si e nas

relações com o mundo e com os outros, transformando o

mundo e a si mesmo, “na medida em que dele podem sepa-