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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:

RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

nação do ser humano, para uma Educação que permitisse

ao sujeito ser protagonista de sua história e libertadora, um

dos desafios a ser enfrentado constantemente na educação

do campo. Uma educação do e no Campo que reafirme uma

educação para a classe oprimida como resultado de um pro-

cesso histórico e libertador, que consiga enxergar a realida-

de do sujeito como geradora de conteúdo e de significado.

Oposto a educação bancária, a Pedagogia de Paulo

Freire se materializa respeitando os sujeitos simples, suas

experiências, buscando entender a realidade como geradora

de conteúdo e de currículo. É uma relação dialética e dialó-

gica, consciente de educador e educando com a realidade

que o cerca. Para Caldart (2012), a Pedagogia de Freire se

assemelha muito a concepção atual da Educação do e no

Campo. É uma necessidade constante de lutar por direitos

historicamente negados e está na gênese da resistência dos

movimentos sociais camponeses. É sempre um desafio a

emancipação social e educacional, mas é um uma perspec-

tiva contra hegemônica que emerge de situações reais dos

homens e mulheres do campo. Esse é o “Lugar como sen-

do constituinte de sujeito e de sua historicidade” (CALDART,

2012, p. 34).

A emancipação humana constitui-se como uma ne-

cessidade histórica para a Educação do e no Campo. Visa

transformar o sujeito em agente político e participante ativo

na transformação da sociedade e de sua história, com auto-

nomia e organização coletiva expressa nas práticas do cam-

po. Um lugar de sujeitos emancipados, construindo um pro-

jeto de sociedade que tem como eixo central o ser humano.

É indispensável aos oprimidos para a luta por libertação que

a “realidade concreta de opressão, já não seja para eles uma

espécie de mundo fechado, mas uma situação que apensa

limita, e ao reconhecer o limite da realidade opressora que

lhes impõe, tenham, neste reconhecimento, o motor de sua

libertação” (FREIRE 2004, p.19). Construir essa dinâmica pe-

dagógica é valorizar o saber popular e arquitetar um futuro

esperançoso, onde é possível sonhar e, acima de tudo lutar