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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Palavras-chave:
Educação do Campo; Formação de Profes-
sores; Pedagogia freireana; Emancipação.
INTRODUÇÃO
O presente estudo tem em vista “referenciar os de-
safios da formação de professores para atuar na Educação
do Campo na perspectiva da pedagogia freireana”. Neste
trabalho, procuramos destacar algumas possibilidades de
articular os princípios da pedagogia freireana ao processo
de formação inicial de educadores para exercer a docência
em escolas do e no campo. Cabe-nos salientar que, embora
haja diretrizes para a política pública – Educação do Campo,
bem como para a formação de professores para a singular
modalidade em pauta, o que se tem verificado é que ainda
não se consegue fazer o enfrentamento adequado ao pro-
cesso estático e rígido da educação “tradicional”.
Nesse sentido, entendemos ser possível evocar alguns
princípios da pedagogia freireana, que podem contribuir com
a formação de professores que estejam sensíveis à realidade
de vida do campo, cientes de suas necessidades e do fortale-
cimento do processo educativo que diga da importância e da
busca da dignificação da vida nas comunidades camponesas,
que produzem sua vida por meio da agricultura familiar.
Para fazer frente ao pouco incentivo à manutenção
das escolas do e no campo e da própria permanência do ho-
mem no campo, a pedagogia freireana nos possibilita inferir
que aos docentes para atuar nestes espaços, necessitam de
uma formação que tenha como base os princípios: proble-
matização, diálogo, contextualização, autonomia, relação
teoria-prática, conscientização, emancipação. Atuar como
professor problematizador da realidade significa mobilizar
os saberes do cotidiano e/ou da experiência, no sentido da
construção de novos conhecimentos, haja vista que “[...] en-
sinar não é
transferir conhecimento
, mas criar as possibilida-
des para a sua produção ou sua construção” (FREIRE, 2004,
p. 22, grifo do autor).