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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
aprendizagem, de maneira conceitual. A avaliação (e a auto
avalição) são constantes, permitindo reflexões sobre as te-
máticas abordadas. A avaliação torna-se assim, mais um ele-
mento no processo de ensino-aprendizagem. Não um fim
em si mesma, não buscando resultados classificatórios. As
reflexões dos educandos sobre os conteúdos abordados,
são posteriormente transformadas em pareceres, construí-
dos/elaborados coletivamente pelos professores.
A MEMÓRIA REFLEXIVA
EM MOVIMENTO
Ao refletir sobre o dever que temos, enquanto pro-
fessores, de considerar a dignidade do educando, sua auto-
nomia, sua identidade em processo de formação, devemos
também pensar, em ter práticas educativas condizentes ao
respeito aferido aos educandos. E mais, que tais práticas
educativas sejam realmente efetivadas, em vez de negadas.
Isto requer dos professores, uma reflexão crítica permanen-
te sobre sua prática, num processo de avaliação (e auto ava-
liação) do fazer pedagógico com os educandos. O correto
seria, que em algum momento se criasse um mecanismo,
em que os educandos sejam capazes de participar da avalia-
ção (FREIRE, 2004).
Compreendemos que esse processo de participação
dos educandos na avaliação, tanto dos conteúdos tratados,
quanto das intervenções do professor enquanto mediador
do processo de ensino-aprendizagem, é percebido na me-
mória reflexiva. Para Buffon (2008), na medida que sistema-
tizamos e refletimos as aulas desenvolvidas desenvolve-se
a convicção de que este era um meio (
a memória reflexiva
)
para ultrapassar as dificuldades que apresentavam-se. Ao
constatar “[...] o que não havia tido significado para o aluno,
não despertando seu interesse tinha a oportunidade de mo-
dificar e, na próxima aula mudar a maneira de desenvolver
as aulas. O fato de refletir sobre a aula deixa-me mais à von-
tade para construir a partir dos meus erros” (p. 5).
A aptidão em aprender, inerente a de ensinar, impli-
ca a capacidade de apreender a substantividade do objeto