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EIXO 13 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO, SAÚDE E CIDADANIA
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a criança
desenvolve a capacidade de representação, indispensável
para a aprendizagem da leitura, dos conceitos matemáti-
cos básicos e para a compreensão da realidade que a cer-
ca, conhecimentos que se postulam para esse período da
escolarização. O desenvolvimento da linguagem permite a
ela reconstruir pela memória as suas ações e descrevê-las,
bem como planejá-las, habilidades também necessárias às
aprendizagens previstas para esse estágio.
A aquisição da leitura e da escrita na escola, fortemen-
te relacionada aos usos sociais da escrita nos ambientes fa-
miliares de onde veem as crianças, pode demandar tempos
e esforços diferenciados entre os alunos da mesma faixa
etária. A criança nessa fase tem maior interação nos espaços
públicos, entre os quais se destaca a escola. Esse é, pois,
um período em que se deve intensificar a aprendizagem das
normas da conduta social, com ênfase no desenvolvimento
de habilidades que facilitem os processos de ensino e de
aprendizagem.
A criança traz consigo conhecimentos, hábitos. Ela tem
desejos, sentimentos e medos, que precisam ser conhecidos
e respeitados pelos educadores. Para Freire, é fundamental
que o professor respeite esse saber e trabalhe, a partir dele,
de modo que possa ser superado, estimulando a criatividade
e a capacidade de leitura do mundo dos educandos. A criança
gera a condição para o desenvolvimento de novos saberes, a
partir do conhecimento e do contexto concreto que traz con-
sigo. No livro, Medo e ousadia, Freire destaca que;
a educação dialógica parte da compreensão que os
alunos têm de suas experiências diárias (...), minha
insistência de começar a partir de sua descrição
sobre suas experiências da vida diária baseia-se na
possibilidade de se começar a partir do concreto,
do senso comum, para chegar a uma compreensão
rigorosa da realidade. (FREIRE, 2008, p.131)
Desta forma, a escola, na elaboração da proposta cur-
ricular deve levar em consideração o incentivo à curiosidade,