XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
1993
EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO
assim brotem aprendizagens evolutivas num processo for-
mativo coletivo.
O DIÁLOGO NA ERA DIGITAL
As tentativas do uso das tecnologias na educação de-
mandam rupturas e resistências ao novo para abrir-se ao
horizonte do pensar, que só faz sentido no diálogo com a
tradição cultural. Freire (1996) nos afirma que é através do
diálogo que sistematizamos o conhecimento tecnológico,
uma vez que trabalhamos criticamente a inteligibilidade das
questões e a sua comunicabilidade sustentada em outras
análises, tornando-se imprescindível para uma educação
emancipadora e libertadora. Assim, compreender e integrar
as tecnologias exige a disposição de enfrentar e aceitar o
desconhecido, na ameaça incluída nos próprios artefatos
tecnológicos e em suas experiências distintas. Claro que tais
experiências podem ser transformadas no decurso tempo,
sempre em busca do olhar crítico da cultura tecnológica e
do princípio pedagógico da comunicação e interação. A pe-
dagogia dialógica pode nos levar a descobrir os seus pró-
prios caminhos de reivindicação da necessidade de ir mais
além da lógica técnica das tecnologias como algo pronto,
oferecendo um novo olhar para as realidades na direção da
democratização e da possibilidade de comunicar-se através
dos artefatos tecnológicos, mas sem abandonar as dimen-
sões da curiosidade e da criticidade.
Como manifestação presente à experiência vital,
a curiosidade humana vem sendo histórica e so-
cialmente construída e reconstruída. Precisamente
porque a promoção da ingenuidade para a critici-
dade não se dá automaticamente, uma das tarefas
precípuas da prática educativo-progressista é exa-
tamente o desenvolvimento da curiosidade crítica,
insatisfeita, indócil. Curiosidade com que podemos
nos defender de “irracionalismos” decorrentes ou
produzidos por certo excesso de “racionalidade”
de nosso tempo altamente tecnologizado. E não
vai nesta consideração de quem, de um lado, não