1994
EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
diviniza a tecnologia, mas de outro a diaboliza. De
quem a olha ou mesmo a espreita de forma critica-
mente curiosa. (FREIRE, 1996, p. 15).
Segundo Freire (2005), a educação seria uma forma
de desalienação dos oprimidos socialmente e a Pedagogia
é viabilizada para promover a alfabetização com um fim
emancipatório, pois a libertação desses sujeitos acontece a
partir da conscientização e do despertar para uma visão crí-
tica do mundo. Sibilia (2012) destaca que a grande maioria
dos discursos recentes sobre educação falam sobre ofertar
diversão aos educandos, o que para a autora trata-se de
algo bem distinto do que se oferecia aos estudantes de anos
atrás. A diversão que a autora faz referência é conduzida
pelo uso dos recursos midiáticos, pelas novas tecnologias
introduzidas pela era digital nas escolas. Diante disso, Sibilia
não nega a existência ainda hoje de opressão e alienação,
todavia, com as tecnologias acreditava-se que seria amplia-
do o processo de democratização e escolarização, algo dis-
tinto do que ainda vivenciamos nos espaços escolares mar-
cados pela dispersão e por conflitos sociais.
Os desafios da era digital causaram uma grande re-
volução na sociedade, principalmente na educação, tendo
em vista que não só os recursos tecnológicos fazem parte
de muitas salas de aulas, mas também o próprio perfil do
educando se modificou, já que o número de estímulos que
este recebe é muito maior. Os produtos midiáticos fazem
parte do cotidiano das crianças e adolescentes e cada vez
mais fica difícil não acessar os equipamentos disponibiliza-
dos em pacotes pelo governo nas atividades de sala de aula.
Segundo Sibilia (2006), essas tecnologias, em seu uso exa-
gerado terminam por causar certa saturação e dispersão nos
sujeitos, pois estes estão sendo envolvidos por uma série
de informações fragmentadas, que ocupa todo o aparato
sensorial das crianças, impossibilitando a seleção das expe-
riências que estas realmente querem ou desejam ter.
Pouco se pensa e pouco se fala em uma sala de aula
com sujeitos dispersos, acelerados e que não conseguem