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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1989

EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO

rentes tradições e experiências, em movimento para nos (re)

conhecer a partir das experiências no mundo. Assim sendo,

tematizar a compreensão como modo fundador da pedago-

gia dialógica lança questões críticas sobre o que é educar,

aprender, compreender, pesquisar e viver o diálogo, para

dar conta da singularidade das pessoas no mundo.

A PEDAGOGIA DE PAULO FREIRE

Nas obras de Paulo Freire vemos a educação como um

meio de emancipação dos sujeitos marginalizados em uma

sociedade marcada pela injustiça e desigualdades sociais,

que acabam criando um círculo perverso entre opressores

e oprimidos. A chamada educação bancária, que estabele-

ce na figura do professor como um depositante de conhe-

cimentos verdadeiros, revela um imaginário social inscrito

em uma cultura opressora em que vivemos, já que não dá

espaço para o diálogo e a resistência crítica. A luta de Frei-

re esteve em mostrar ao mundo que o professor não é um

mero transmissor de informações e conhecimentos, mas um

problematizador, um conscientizador que desafia e instiga

a busca por informações e conhecimentos, estimulando a

pesquisa inquieta, motivando a curiosidade com o intuito

de promover uma relação dialógica entre os sujeitos. Hoje,

além da luta pela democratização da sociedade, vivencia-

mos a luta pela democratização das tecnologias, o que Frei-

re já percebia em sua trajetória e experiência de vida. O

dizer e pronunciar o mundo implica (re)criação constante de

si na relação com o outro no mundo, o que não é possível

com absolutização de uma resposta ou sem uma postura de

abertura ao diálogo.

[....] É o encontro entre os homens, mediatizados

pelo mundo, para designá-lo. Se ao dizer suas pa-

lavras, ao chamar ao mundo, os homens o trans-

formam, o diálogo impõe-se como o caminho pela

qual os homens encontram seu significado enquan-

to homens; o diálogo é, pois, uma necessidade exis-

tencial. (FREIRE, 1980, p. 82-83).