1996
EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
tidiano, que é mobilizado, em parte, pela visão operacional
e instrumental das tecnologias de comunicação. Conforme
Freire, a saída está na possibilidade do diálogo acessível, su-
perando as situações conflituosas entre opressor e oprimido
e na recuperação do valor humano que pode ser (re)con-
quistado através do aprender e agir coletivo e vontade para
as mudanças e aceitação das diferenças.
Percebemos não só a importância da dialogicidade no
processo de educação dos sujeitos, mas também a relevân-
cia do educador saber usar criticamente e com equilíbrio os
artefatos tecnológicos que estão ao seu alcance. É preciso
instigar a curiosidade do estudante pelo manuseio e recons-
trução dos recursos tecnológicos, mas com a intenção de
promover o pensar através destes recursos, o diálogo coleti-
vo (descentrado), o encontro com o outro e não a dispersão
e o isolamento. Para Freire (1998), ser educador é compro-
meter-se constantemente com as práticas sociais e hoje os
recursos tecnológicos são produções humanas e dimensões
integrantes das ações coletivas.
A educação não se reduz a técnica, mas não se faz
educação sem ela. Utilizar computador na educa-
ção, em lugar de reduzir, pode expandir a capacida-
de crítica e criativa de nossos meninos e meninas.
Dependendo de quem o usa, a favor de que e de
quem e para quê. O homem concreto deve se ins-
trumentar com o recurso da ciência e da tecnologia
para melhor lutar pela causa de sua humanização e
de sua libertação (FREIRE, 2001, p. 98).
Com base em Freire, é possível perceber como é im-
portante e necessário ao ser humano saber lidar com os
recursos que a ciência e a tecnologia lhe oferecem para a
luta pela humanização e libertação, mas também a fim de
gerar a luta por reconhecimento em benefício da melhoria
de vida coletiva. De acordo com Freire (2005), ao promo-
vermos uma educação libertadora, estaremos trabalhando o
desenvolvimento de tais competências e ajudando na pre-
paração do estudante para a sua vida coletiva. Porém, para
que isto ocorra, é preciso proporcionar a interação entre os